Nos últimos anos, o crescimento das fraudes no sistema financeiro brasileiro tem preocupado autoridades, instituições e consumidores. Muitas delas envolvem fraudes no PIX e na própria abertura de conta bancária.
Para se ter uma ideia, o volume de dinheiro perdido com fraudes bancárias no Brasil aumentou de R$ 8,6 bilhões para R$ 10,1 bilhões entre 2023 e 2024, uma alta de 17%, segundo dados da Febraban.
Diante deste contexto, é cada vez mais prioridade a ação dos atores envolvidos para melhorar o combate a fraudes.
Principais fatores do aumento das fraudes financeiras
1. Digitalização da população
Com a popularização das contas digitais, principalmente após a pandemia, o processo de abertura de conta bancária se tornou mais rápido e fácil, mas, ao mesmo tempo, vulnerável. Se, por um lado, a digitalização ampliou o acesso aos serviços financeiros, por outro, facilitou a atuação de fraudadores que exploram brechas no processo de onboarding e cadastro de clientes.
São falfisicações de documentos, identidades sintéticas, vazamentos de dados, invasões de contas, entre outros métodos, que amplificam as fraudes.
2. Roubo de celulares
A situação se agrava ainda mais diante do aumento dos casos de roubo e furto de celulares, uma das portas de entrada mais frequentes para fraudes. Ao ter acesso ao smartphone da vítima, criminosos conseguem burlar a autenticação, acessar aplicativos bancários, redes sociais, fazer compras, solicitar crédito e até abrir novas contas em nome de terceiros.
3. Inúmeras contas abertas
Para piorar o cenário, o número de contas bancárias atingiu, em média, 5,5 por pessoas no Brasil em 2023. O levantamento da consultoria Oliver Wyman mostra que, no total, são 1,086 bilhão de contas abertas atualmente no país.
Esse número expressivo revela o tamanho da responsabilidade das instituições financeiras em garantir que cada cadastro seja legítimo e seguro. Inclusive, muitas dessas contas acabam se tornando laranjas para ajudar nas operações de movimentação de dinheiro oriundo de atividades ilícitas.

O papel do Banco Central no combate a fraudes
Diante desse cenário de risco, o Banco Central (BC) tem intensificado ações para mitigar e combater fraudes no sistema financeiro.
Em maio de 2025, o órgão lançou uma nova medida com foco na prevenção de fraudes na abertura de conta bancária, com o objetivo de reduzir o uso indevido de dados das pessoas para coibir a abertura de contas falsas.
Cidadão pode informar que não quer abrir novas contas
Para inibir a criação de cadastros falsos, qualquer cidadão poderá registrar que não deseja abrir novas contas bancárias ou ser incluído como titular em instituições financeiras.
O serviço, instituído pela Resolução BCB nº 475, de 2025, estará disponível na plataforma Meu BC e será oferecido a partir de dezembro deste ano.
A novidade também teve que contar com a atualização da Resolução nº 5.218, do Conselho Monetário Nacional (CMN), que dispões sobre as regras de abertura, manutenção e encerramento de contas bancárias, e da Resolução BCB nº 476, que atualiza a legislação específica para contas de pagamento.
Segurança do usuário
Essa medida representa um avanço na prevenção de fraudes de identidade. Ao permitir que o próprio usuário informe que não deseja novas contas em seu CPF, o Banco Central dá um passo relevante em direção à segurança do usuário.
Essa iniciativa irá valer para contas corrente, de poupança ou de pagamento e conta com validade determinada ou por tempo indeterminado. Inclusive, a decisão pode ser revertida a qualquer momento pelo cidadão.
Consulta à base de usuários
Com a entrada em funcionamento do sistema, as instituições deverão consultar obrigatoriamente a base de dados dos usuários que solicitaram a não abertura de conta bancária antes de concluírem o processo de cadastro.
Na prática, caso uma tentativa de abertura de conta aconteça utilizando o CPF de uma pessoa que ativou esse bloqueio, a instituição financeira receberá essa informação em tempo real e deverá impedir automaticamente o cadastro, protegendo o titular legítimo e evitando perdas e dores de cabeça futuras.
As normas preveem o prazo de 6 meses para que o próprio Banco Central e as instituições financeiras desenvolvam as ferramentas necessárias para o funcionamento do serviço.
Com o sistema completo, também será possível consultar o histórico de ativações e desativações dos usuários, assim como quantas vezes as instituições financeiras acessaram essa informação.
Portanto, a ideia é ampliar o controle no processo de onboarding digital, assegurando que as instituições façam validações mais rigorosas, de acordo com o próprio desejo dos usuários, e compartilhem informações relevantes entre si.
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Compartilhamento de dados entre instituições financeiras
Outra medida relevante adotada pelo Banco Central, nos últimos tempos, foi a criação da Resolução Conjunta nº 6, de 2023, que autoriza e padroniza o compartilhamento de informações sobre tentativas e ocorrências de fraudes entre instituições financeiras.
A norma exige que os bancos e demais instituições participantes do sistema financeiro comuniquem entre si, por meios eletrônicos, qualquer tentativa ou ocorrência de fraude, com um nível mínimo de detalhamento.
Assim, será possível que as organizações envolvidas tenham acesso a alertas qualificados sobre possíveis riscos, aumentando significativamente a capacidade de antecipação e reação frente a fraudes bancárias.
Entre as informações que devem obrigatoriamente ser compartilhadas, estão:
- Identificação da pessoa física ou jurídica que tenha executado ou tentado executar a fraude;
- Descrição detalhada dos indícios da ocorrência ou da tentativa de fraude, permitindo contextualizar o episódio;
- Identificação da instituição responsável por registrar o evento e gerar o alerta no sistema compartilhado;
- Dados da conta destinatária e seu titular, nos casos em que a fraude envolva transferência ou pagamento de recursos.
Essa troca de informações tem o potencial de interromper cadeias de fraudes, tornando o sistema mais robusto e eficiente.

Desafios no processo de abertura de conta bancárias
Apesar dos avanços no combate a fraudes, o desafio é grande. A abertura de conta bancária digital, embora traga conveniência para o consumidor, pode esconder riscos como:
- Uso de documentos falsos ou adulterados;
- Roubo de identidade por meio de dados vazados na internet;
- Utilização de contas laranja para atividades ilícitas;
- Fragilidade em sistemas de verificação de identidade e validação de documentos.
O processo de onboarding deve ser seguro sem comprometer a experiência do cliente. Esse equilíbrio delicado exige tecnologia de ponta, estratégias robustas de validação e uma postura proativa de prevenção a fraudes.
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Como a GIF International contribui para o setor financeiro
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Investigação de fraudes bancárias
- Identificação de fraudadores;
- Coleta de evidências;
- Análise de modus operandi em fraudes de abertura de contas.
Detecção e prevenção
- Biometria de voz com autenticação inteligente;
- Background Check;
- Análise comportamental e cruzamento de dados;
- Suporte à Prevenção à Lavagem de Dinheiro e compliance regulatório.
Consultoria estratégica
A consultoria da GIF International também ajuda instituições a desenvolverem políticas internas mais seguras, revisarem seus fluxos de cadastro e aumentarem a proteção dos seus ativos e dos dados de seus clientes.
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