Nos últimos anos, a digitalização dos serviços transformou a forma como empresas se relacionam com clientes, colaboradores e parceiros. Neste sentido ao mesmo tempo que novas tecnologias proporcionaram melhor experiência aos usuários no ambiente online, novas vulnerabilidades e oportunidades para fraudadores se abriram. Para mitigar tais riscos, as ferramentas de autenticação biométrica, como o cadastro facial e a biometria de voz, passaram a fazer parte da rotina dos consumidores. 

Afinal, hoje, negócios de todos os segmentos adotam processos digitais para abertura de contas, contratação de serviços, transações financeiras, compras online ou alterações cadastrais. E diante de tantas operações online, uma pergunta tornou-se prioritária: “Como comprovar a identidade de um usuário com segurança em um ambiente totalmente digital?” 

Esse dilema se intensifica à medida que as fraudes digitais aumentam em volume e sofisticação, como por exemplo: 

• Abertura de contas com documentos falsos; 
• Invasões de contas legítimas; 
• Acessos por meio de engenharia social; 
• Deepfakes, que utilizam inteligência artificial para manipular imagens, áudios e vídeos de forma extremamente realista; 
• Entre outros.

Para se ter uma ideia, as tentativas de fraudes com documentos mais que dobraram de 2022 a 2025, saltando de cerca de 19 mil para mais de 51 mil, de acordo com estudo da CAF. 

Por isso, as tecnologias biométricas passaram a desempenhar papel tão importante. As diversas ferramentas têm como objetivo central validar a autenticidade e veracidade de um indivíduo, mas o funcionamento, nível de segurança e detalhes técnicos variam entre cada uma delas. 

Assim, a escolha correta da solução biométrica tornou-se estratégica para uma mitigação de riscos eficiente. 

O que é autenticação biométrica? 

A autenticação biométrica é um método de verificação de identidade baseado em características físicas ou comportamentais únicas de um indivíduo, seja para realizar onboarding digital, acesso a sistemas, transações ou operações em cadastros. Ela pode ocorrer por três fatores principais: 

1. Conhecimento: senhas, PIN ou respostas chave secretas; 
2. Posse: token, celular ou smartcard; 
3. Biometria: rosto, voz, impressão digital ou íris.

Segundo a pesquisa anual Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre autenticação e identificação digitais, inclusive, 62% dos brasileiros recebem códigos de autenticação por SMS, sendo o modo mais usado para acessar serviços digitais. 

Quais são os principais tipos de biometria? 

Os principais métodos utilizados atualmente incluem: 

• Facial – analisa características do rosto, pontos-chave e estrutura tridimensional. 
• Voz – avalia o padrão vocal, timbre, tonalidade e ondas sonoras. 
• Impressão digital – baseada em padrões únicos dos dedos. É comum em acesso físico. 
• Reconhecimento de íris ou retina – alta precisão, porém mais utilizada em cenários críticos, como aeroportos ou áreas restritas. 
• Biometria comportamental – analisa padrões de digitação, movimentos do mouse, localização geográfica, entre outros.

Por que facial e voz se tornaram destaque nas operações digitais? 

Diferentemente de senhas, tokens ou códigos, que podem ser esquecidos, compartilhados ou roubados, a biometria facial e de voz utilizam elementos inerentes à pessoa, tornando o processo, em tese, mais seguro. 

Além disso, por não depender da memória para inserir senhas ou de múltiplos dispositivos como fator duplo de autenticação, estes métodos deixam a operação mais natural e fluida, reduzindo a fricção. 

Dessa forma, essas ferramentas de biometria ganharam protagonismo em estratégias de segurança e prevenção a fraudes. 

Na sequência, vamos aprofundar o funcionamento dessas duas tecnologias, analisando seus diferenciais. 

Conhecendo mais sobre a biometria facial 

A biometria facial é atualmente uma das tecnologias mais utilizadas para autenticação em processos digitais, especialmente em onboarding remoto, abertura de contas, verificações de identidade, transações financeiras e controle de acesso.  

Isso se deve à combinação entre alta precisão na detecção de identidade, boa experiência do usuário e ampla compatibilidade com dispositivos como smartphones e computadores. 

Entretanto, apesar do seu potencial estratégico, a biometria facial também requer atenção aos riscos, especialmente diante do avanço das fraudes baseadas em IA e deepfakes.  

Leia também: Foco no cliente como pilar da estratégia de segurança 

Como funciona a verificação facial? 

A autenticação facial utiliza algoritmos de visão computacional e inteligência artificial (IA) para identificar e validar características únicas presentes no rosto. O processo de cadastro facial geralmente segue as seguintes etapas: 

• Captura da imagem facial – via câmera frontal de smartphone, webcam ou equipamento dedicado. 
• Detecção de landmarks faciais – pontos estruturais como olhos, nariz, boca e contorno da face são analisados por IA. 
• Extração de características biométricas – transformadas em um vetor matemático (template biométrico). 
• Comparação com uma base de referência, que pode ser:
  Uma imagem capturada no momento do cadastro.
  A foto presente em um documento digitalizado.
  Uma base governamental ou corporativa (quando autorizado). 
• Validação da autenticidade – em processos mais avançados, é aplicado o liveness detection (detecção de vida), para verificar se a imagem corresponde a uma pessoa real e presente no momento da captura.

Na prática, o sistema identifica se o rosto é legítimo, se pertence ao titular e se a captura ocorreu em tempo real, evitando uso de imagens manipuladas. 

Quais as vantagens do cadastro facial? 

A biometria facial consolidou-se como recurso prioritário em estratégias antifraude e de segurança digital, graças aos seguintes fatores: 

• Experiência do usuário intuitiva e ágil. 
• Aplicável a múltiplos canais e dispositivos, permitindo uso em aplicativos mobile, web, tokens de autoatendimento e ambientes híbridos. 
• Integração estratégica com processos de validação documental, reforçando a comprovação de identidade, especialmente em setores regulados (financeiro, telecom, saúde, bets e outros). 
• Alinhamento às exigências de regulamentações de prevenção à lavagem de dinheiro e KYC (Know Your Customer).

Existem riscos na verificação facial? 

Apesar de sua robustez, a biometria facial não é imune a tentativas de fraude. Entre os principais riscos do cadastro facial estão: 

Identidades sintéticas 

São criadas a partir da combinação de dados reais (como CPF legítimo) com informações fictícias, como fotos inventadas ou imagens de outras pessoas, formando um “novo indivíduo” que não existe de fato. Esse tipo de fraude é mais difícil de detectar, pois pode passar por verificações superficiais. 

Spoofing usando fotos, vídeos ou deepfakes de imagem 

Os criminosos podem utilizar imagens estáticas, gravações ou até animações faciais geradas por IA para enganar sistemas sem detecção de prova de vida ativa e/ou passiva. 

Fraud as a Service 

Os criminosos já oferecem pacotes prontos e sob demanda para realizar fraudes digitais utilizando IA, conteúdo sintético e dados biométricos falsos.  

 Influência de condições ambientais 

Iluminação ruim, baixa qualidade da câmera, enquadramento inadequado ou uso de acessórios (óculos, chapéus) podem prejudicar a validação. 

Privacidade e governança de dados biométricos 

Regulações como LGPD (Brasil) e GDPR (Europa) classificam dados biométricos como sensíveis, exigindo consentimento explícito e critérios rigorosos de segurança. 

E a biometria de voz? 

É uma tecnologia de autenticação que identifica um indivíduo com base em características únicas do seu padrão vocal. Seu uso tem crescido especialmente em canais de atendimento telefônico, robôs de voz e assistentes virtuais, sendo adotado principalmente por empresas de telecomunicações, bancos e serviços de atendimento ao consumidor. 

Diferentemente da biometria facial, a autenticação por voz depende não apenas de elementos físicos das cordas vocais, mas também de aspectos comportamentais, como ritmo, entonação e dinâmica da fala. 

Saiba mais: Atendimento por voz: como evitar fraudes 

Como funciona a biometria por voz na prática? 

O processo de verificação biométrica por voz ocorre em três etapas principais: 

Captura da voz 

O usuário fala uma frase específica ou uma sequência de palavras livremente (dependendo da tecnologia). Isso pode ser feito durante uma ligação, em um aplicativo ou assistente de voz. 

Geração do voiceprint (impressão vocal) 

A IA extrai características físicas (como padrões vibratórios das cordas vocais) e comportamentais (como ritmo, velocidade de fala e entonação), transformando-as em um template biométrico matemático. 

Comparação e validação 

A amostra capturada é comparada com o voiceprint previamente armazenado, e o sistema determina se a amostra atual corresponde ao mesmo indivíduo. 

Principais vantagens da autenticação por voz 

A biometria de voz ganhou espaço em algumas operações por reunir benefícios importantes, especialmente em cenários de atendimento: 

Agilidade em operações e redução de fricção 

A autenticação por voz gera agilidade operacional e redução de fricção nos processos de autenticação, permitindo que a validação de identidade aconteça de forma natural durante a própria interação do cliente com o canal de atendimento, seja via telefone, aplicativos ou assistentes virtuais. 

Diminuição no tempo médio de atendimento 

Ao eliminar etapas manuais e minimizar a necessidade de ações adicionais, como digitação de senhas ou envio de documentos, a autenticação ocorre de maneira contínua, acelerando transações e diminuindo o tempo médio de atendimento. 

Maior segurança nas operações 

Essa camada adicional de verificação de usuários contribui diretamente para o aumento da segurança nos processos da sua empresa, reduzindo riscos. 

Modernização e inovação nos processos de atendimento 

Ao tornar o atendimento mais intuitivo e menos burocrático, a biometria de voz impacta positivamente a percepção de inovação da empresa, o que pode fortalecer a relação com o cliente e contribuir para a fidelização a longo prazo. 

Melhora da experiência dos usuários 

A tecnologia favorece a melhora da experiência do usuário, promovendo processos mais simples, fáceis e ágeis, o que ajuda a aumentar a satisfação dos consumidores. 

Além disso, em situações em que a verificação facial não é possível, como quando o usuário está dirigindo ou não possui câmera disponível, a autenticação por voz pode ser uma alternativa rápida e de baixo impacto. 

Leia também: Biometria de voz no varejo: veja a importância 

Conheça os desafios da biometria de voz 

Apesar da facilidade de uso, a biometria de voz também apresenta riscos: 

Clonagem de voz e deepfake 

A evolução da IA generativa permite replicar a voz com precisão a partir de poucos segundos de áudio. Com isso, os infratores podem usar essas cópias em tentativas de fraudes. No entanto, já existem ferramentas modernas que identificam essas clonagens e deepfakes. 

Interferências acústicas 

Ruídos no ambiente e até a qualidade do microfone podem comprometer a precisão da autenticação. Por isso, é recomendado que os usuários estejam em locais sem barulho e que gravem sua voz com atenção. 

Quando aplicar cada tecnologia? 

As estratégias modernas de prevenção a fraudes podem considerar a implementação tanto das ferramentas de cadastro facial, como as soluções de biometria de voz, em diferentes situações e contextos, como: 

• Abertura de conta bancária; 
• Cadastro de novos clientes em e-commerce e marketplace; 
• Verificação de identidade; 
• Concessão de crédito; 
• Autorização de pagamento; 
• Alteração de cadastro sensível; 
• Acesso a sistemas críticos; 
• Ativação de chip telefônico, evitando fraude do SIM Swap; 
• Entre outros.

Métodos complementares 

Diante dos riscos atuais e desafios futuros, é importante observar ambas as tecnologias como camadas adicionais de proteção. Ao combinar a biometria de voz com outros métodos como biometria facial, tokens ou autenticação multifator, sua empresa consegue garantir maior segurança. 

Comitê multidisciplinar 

Além disso, é fundamental que a empresa conte com um comitê de risco multidisciplinar, envolvendo áreas como tecnologia da informação, segurança da informação, prevenção a fraudes e compliance.  

Cada uma dessas áreas aporta um olhar essencial:  

• TI avalia a viabilidade e integração;  
• Segurança analisa requisitos de proteção;  
• Compliance garante a conformidade com a legislação (como LGPD) e boas práticas regulatórias;  
• Gestores de fraude asseguram que a solução realmente mitigue os principais riscos de fraudes.

Essa discussão conjunta cria um ambiente de tomada de decisão fundamentado, prevenindo investimentos inadequados e protegendo a organização de exposição jurídica, operacional ou reputacional. 

Saiba mais: Estratégia de segurança: evite silos e integre setores da empresa 

Como a GIF International pode ajudar sua empresa 

Neste contexto, a GIF International assume um papel estratégico como parceira técnica e consultiva, auxiliando empresas na escolha e implementação da tecnologia de biometria de voz.  

Com expertise consolidada, oferecemos uma tecnologia robusta de biometria de voz, alinhada às melhores práticas de mercado. Integrada ao nosso ecossistema completo de combate a fraudes, a ferramenta garante:  

• Alta precisão na identificação de usuários;  
• Detecção de tentativas de fraude com gravações ou simulações;  
• Relatórios sobre a quantidade de vozes cadastradas, as autenticações realizadas e as possíveis fraudes interrompidas;  
• Suporte especializado na implementação e no monitoramento. 

Entre em contato conosco e saiba mais como podemos ajudar sua empresa!