O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central em 2020, revolucionou a forma como realizamos transações financeiras. No entanto, essa inovação também trouxe desafios significativos em termos de segurança. Vamos explorar os principais aspectos da fraude no Pix, nos baseando em estudos recentes e nas medidas adotadas para combater esses crimes.
De acordo com um estudo da Silverguard, o Pix lidera as perdas por fraudes no Brasil, com prejuízos que atingiram R$ 25,5 bilhões nos últimos 12 meses. Esse valor supera as perdas com roubos e furtos de celulares e golpes com cartões de crédito, destacando o Pix como o meio de pagamento mais rentável para os cibercriminosos.
A pesquisa também revelou que 8 em cada 10 golpes com o Pix se iniciam por meio de canais como WhatsApp, Instagram e Facebook. A engenharia social foi apontada como a principal tática dos criminosos, com 70% dos casos. Essa categoria inclui golpes que induzem a vítima a transferir dinheiro por meio de manipulação ou histórias mentirosas.
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Principais tipos de fraude no Pix
Falso Pix: os fraudadores se passam pelo atendimento telefônico de um banco e solicitam a reversão de um Pix errado, representando 38% das ocorrências.
Falso parente: os criminosos fingem ser parentes ou amigos pedindo dinheiro, com 20% das ocorrências.
Produto ou loja falsa: quando as compras que nunca são entregues.
Falso investimento: ofertas de investimento fraudulentas.
Golpe do falso funcionário de banco: os infratores se passam por funcionários de bancos e solicitam informações pessoais ou a realização de transações.
Clonagem do WhatsApp: Os fraudadores clonam o WhatsApp da vítima e pedem dinheiro aos contatos dela, fingindo estar em uma emergência.
Falso recibo de pagamento: são utilizados aplicativos que geram recibos falsos de pagamento via Pix, enganando vendedores e prestadores de serviços.
Apesar do aumento da fraude no Pix, a maioria dos casos não chega a virar um boletim de ocorrência. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em fraudes envolvendo Pix ou boleto falso, apenas 30% das vítimas abrem queixas em delegacias de polícias.
Recorde de transações e aumento da fraude no Pix
Junto com o aumento expressivo nas fraudes, veio o crescimento exponencial do uso do Pix. O sistema caiu nas graças da população que utilizam a cada dia mais vezes o sistema.
Em novembro de 2024, a modalidade bateu um novo recorde de transações em um único dia, com 250,5 milhões de movimentações e um volume financeiro de R$ 124,3 bilhões.
Esse número impressionante reflete a confiança e a adesão dos consumidores ao sistema de pagamentos instantâneos.
Para se ter uma ideia, o número de pessoas que usam essa forma de pagamento e transferências cresceu de 16,7% para 46,1% entre 2021 e 2024, segundo o levantamento “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”, do Banco Central.
No fim de novembro, o sistema já somava 170,76 milhões de usuários, sendo 155,49 milhões de pessoas físicas e 15,27 de pessoas jurídicas.
Novas regras contra fraude no Pix
Para aumentar a segurança das transações via Pix e combater as fraudes, o Banco Central implementou novas regras que entraram em vigor em 1º de novembro de 2024. Essas medidas visam proteger os usuários e dificultar a ação dos criminosos.
Vamos detalhar essas novas regras:
1. Limite para transações em novos dispositivos
Uma das principais mudanças é a imposição de limites para transações realizadas em dispositivos novos (não cadastrados previamente). As transações feitas a partir desses dispositivos terão um limite de R$ 200 por transação e R$ 1.000 por dia.
Esses limites são aplicáveis até que o dispositivo seja registrado junto ao banco, o que ajuda a minimizar a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles utilizados pelo cliente para gerenciar chaves e iniciar transações Pix.
2. Gerenciamento de riscos de fraude
Os bancos agora são obrigados a implementar soluções de gerenciamento de risco de fraude que sejam capazes de identificar transações de Pix atípicas ou não compatíveis com o perfil do cliente.
Além disso, os bancos devem verificar, pelo menos uma vez a cada seis meses, se seus clientes possuem marcações de fraude na base de dados do Banco Central.
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3. Informações sobre prevenção de fraudes
As instituições financeiras devem disponibilizar, em seus canais eletrônicos, informações sobre os cuidados que os clientes devem tomar para evitar fraudes. Isso inclui orientações sobre como reconhecer tentativas de golpe e medidas de segurança que podem ser adotadas pelos usuários.
4. Clientes com histórico de fraude
Os clientes que possuem histórico de fraudes terão um tratamento diferenciado. Os bancos podem optar por encerrar o relacionamento com esses clientes ou aplicar limites diferenciados para autorizar transações iniciadas por eles. Também pode ser implementado um bloqueio cautelar para as transações recebidas por esses clientes
5. Cadastro de dispositivos
A iniciação de um Pix com valor superior a R$ 200 só poderá ser feita a partir de dispositivos previamente cadastrados pelo cliente, como vimos acima. Essa exigência visa dificultar fraudes em que criminosos obtêm credenciais de login e senha dos clientes por meio de roubo ou engenharia social.
6. Limites para transações noturnas
O Banco Central também manteve a regra de limites para transações noturnas, que são aplicáveis entre as 20h e as 6h. Durante esse período, os valores máximos para transações podem ser reduzidos, conforme definido pelo banco, para aumentar a segurança dos usuários.
Principais desafios do combate à fraude no Pix
Diante de todo o cenário apresentado, fica claro que o combate às fraudes no Pix apresenta vários desafios significativos. Entre os principais, estão:
Evolução das táticas dos fraudadores
Os infratores estão constantemente desenvolvendo novas táticas para enganar os usuários e burlar os sistemas de segurança. Isso inclui o uso de técnicas sofisticadas de engenharia social, phishing e malware. A rápida evolução dessas táticas exige que as empresas estejam sempre atualizadas e prontas para responder a novas ameaças
Atualização constante das medidas de segurança
A falta de atualização pode deixar as empresas vulneráveis a ataques. Para enfrentar as novas formas de fraude, é necessário atualizar constantemente as medidas de segurança com:
- Implementação de novas tecnologias;
- Revisão de políticas de segurança;
- Adaptação de procedimentos operacionais.
Educação dos usuários
Muitos usuários não estão cientes das melhores práticas de segurança ou dos riscos associados ao uso do Pix. As campanhas de conscientização e programas de educação podem ajudar a informar os usuários sobre como proteger suas informações e evitar fraudes.
Adaptação contínua das estratégias de segurança
As empresas precisam estar atentas às novas formas de fraude e adequar suas estratégias de segurança continuamente. A adaptação contínua é crucial para manter a eficácia das medidas de segurança e proteger os usuários contra fraudes.
Como as empresas podem melhorar a segurança contra fraude no Pix
As empresas desempenham um papel vital na prevenção, detecção e investigação de fraudes, especialmente no contexto do Pix. Aqui estão algumas ações essenciais que as organizações podem adotar para reduzir os riscos:
Investimento em tecnologias de segurança
As tecnologias avançadas de segurança são fundamentais para proteger as transações financeiras. Isso inclui a implementação de sistemas para monitorar transações, analisar padrões de comportamento e alertar sobre possíveis riscos.
Treinamentos periódicos e conscientização de colaboradores
Esses treinamentos devem abordar as últimas tendências em fraudes, técnicas de engenharia social e medidas de segurança. Os colaboradores são a primeira linha de defesa contra fraudes, pois podem identificar e reportar atividades suspeitas com mais eficácia.
Dessa forma, a conscientização ajuda a criar um ambiente onde todos estão atentos e comprometidos com o combate a fraudes.
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Colaboração com órgãos reguladores e policiais
A colaboração entre empresas, instituições financeiras, órgãos reguladores, como o Banco Central, e órgãos policiais é essencial para fortalecer as defesas contra fraudes. Compartilhar informações sobre ameaças e melhores práticas pode ajudar a criar uma rede de proteção mais robusta.
Além disso, essa rede de contatos, colaboração e troca de dados permite reduzir vulnerabilidades, assim como investigar com maior assertividade e identificar os envolvidos em fraudes.
Implementação da cultura de segurança
Envolve adotar práticas de gestão de riscos em todas as operações da empresa, o que inclui a realização de auditorias regulares, a criação de políticas de segurança claras e a promoção de uma mentalidade de segurança entre todos os colaboradores.
Uma cultura de segurança forte ajuda a proteger os ativos e a reputação da empresa contra fraudes.
Implementação de uma parceira estratégica de inteligência antifraude
A GIF International é uma consultoria estratégica de antifraude com mais de 30 anos de mercado, sendo referência na América Latina. Nosso ecossistema de serviços integrados de combate a fraudes auxilia as empresas, desde a prevenção até a investigação.
Nossa solução de inteligência antifraude ajuda as instituições financeiras e os bancos a investigarem as fraudes de account takeover, falsidade ideológica, auto fraude, lavagem de dinheiro, entre outros. Tudo isso contribui para evitar fraude no Pix.
Sem contar que temos a solução de biometria de voz, que auxilia na detecção de fraudes durante a autenticação de usuários em atendimentos telefônicos, compras e na realização de procedimentos, como atualização de dados cadastrais e alterações de senhas.
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