O volume e a complexidade dos ataques cibernéticos cresceram exponencialmente nos últimos anos. Vazamentos de dados, fraudes internas e invasões sofisticadas já não são exceções, sendo parte do novo cenário digital corporativo. Neste sentido, a análise forense digital se torna fundamental para as empresas.
É comum neste cenário que os gestores e líderes façam perguntas como: o que fazer quando um incidente acontece? Como identificar a origem, preservar as provas e agir rapidamente sem comprometer a integridade das informações?
A resposta está exatamente na análise forense digital, uma prática essencial dentro das estratégias modernas de DFIR (Digital Forensics and Incident Response).
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Cenário atual de riscos cibernéticos
Número alarmante de ataques: o Brasil registrou 314,8 bilhões de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2025. Esse número corresponde a 84% de todas as tentativas na América Latina e Canadá. (Fortinet)
Preocupação com ameaças: 76% dos CISOs acreditam que suas empresas correm risco de sofrer um ataque cibernético nos próximos 12 meses. (Proofpoint)
Sem preparação para incidentes: 67% das organizações não contam com processos estruturados de proteção, enquanto 55% nunca implementaram monitoramento contínuo de ameaças. Além disso, 80% seguem sem um plano completo de resposta a incidentes. (Vultus)
Correção de problemas: somente 54% das vulnerabilidades foram efetivamente corrigidas pelas empresas no período de um ano. Em média, o prazo para remediação foi de 32 dias. (Apura)
Investimento em cibersegurança: o mercado brasileiro de segurança da informação movimentará cerca de R$ 104,6 bilhões entre 2025 e 2028, com uma taxa de crescimento acumulada de 43,8%. (Brasscom)
O que é análise forense digital?
A análise forense digital é o processo técnico e metódico de coleta, preservação, verificação e apresentação de evidências digitais após (ou durante) um incidente de segurança.
Seu objetivo é entender o que aconteceu, como aconteceu, identificar o responsável e sinalizar o que pode ser feito para evitar que não aconteça novamente.
Essa abordagem combina duas frentes fundamentais:
- Resposta a Incidentes: resposta rápida e coordenada a incidentes de segurança;
- Forense Digital: investigação técnica detalhada, que transforma evidências digitais em informações estratégicas.
Ambas formam a base de uma estratégia madura de segurança digital, onde cada incidente gera aprendizado, fortalecimento e prevenção.
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9 motivos para investir em uma solução de forense digital
Em um cenário em que ataques são inevitáveis, investir em forense digital significa estar preparado para agir com método, preservar evidências e transformar incidentes em aprendizado.
1. Resposta rápida e eficaz a incidentes cibernéticos
Em incidentes de segurança, o tempo é o ativo mais valioso. Cada minuto de inação amplia o impacto financeiro, operacional e reputacional. De acordo com levantamento da Fiesp, 65,1% dos ataques cibernéticos resultou em paralisação de operações.
Desse modo, uma estrutura forense bem implementada permite reagir de forma imediata e coordenada, com protocolos predefinidos de identificação, isolamento, contenção e análise. Isso garante que a empresa retome sua operação com controle e segurança.
2. Preservação e rastreabilidade das evidências digitais
Um dos princípios fundamentais do forense digital é a cadeia de custódia, ou seja, o processo de coleta, armazenamento e documentação de provas sem qualquer tipo de contaminação.
Dessa forma, as evidências podem ser utilizadas em auditorias internas, perícias independentes e até ações judiciais. Portanto, é fundamental preservar adequadamente logs, registros e imagens de disco para transformar um indício técnico em uma prova válida.
3. Identificação da causa raiz do incidente
Muitas empresas se limitam a “apagar incêndios”, resolvendo apenas o efeito visível. A análise forense digital, no entanto, vai além, identificando como o ataque ocorreu, qual vulnerabilidade foi explorada e quais sistemas foram comprometidos. Com isso, é possível eliminar a causa na origem e impedir recorrências.
4. Suporte à tomada de decisão baseada em fatos
Quando um incidente ocorre, o caos e a incerteza costumam dominar. Com o forense digital, os líderes passam a ter relatórios técnicos traduzidos em informações estratégicas, como linha do tempo do ataque, impactos diretos e indiretos, comportamento do invasor e nível de exposição dos dados.
Essas análises permitem decisões rápidas, assertivas e embasadas, tanto para comunicação pública quanto para medidas de mitigação.
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5. Fortalecimento do compliance e conformidade regulatória
LGPD, ISO 27001, NIST e outras normas internacionais de segurança exigem rastreabilidade e transparência. A documentação detalhada de todo o processo investigativo, por meio do forense digital, demonstra que a empresa adota práticas de governança e segurança em incidentes, o que reduz riscos legais.
6. Detecção de fraudes internas e ameaças de insiders
Nem toda violação vem de fora. As fraudes internas estão crescendo a cada dia. Funcionários, fornecedores, prestadores de serviço ou parceiros podem agir de forma indevida, propositalmente ou não. A análise forense permite mapear atividades suspeitas, identificar comportamentos anômalos e responsabilizar autores com base em evidências digitais concretas.
Além disso, com essa abordagem, a empresa pode aprimorar políticas internas e treinamentos, reduzindo o risco de reincidência.
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7. Mitigação de danos reputacionais
O impacto reputacional de um problema mal gerido pode ser devastador. Para se ter uma ideia, para a empresa atingida, um incidente cibernético causa queda no valor das suas ações por até 90 dias, segundo pesquisa da EY.
Então, investir em forense digital demonstra maturidade, transparência e resiliência. Ao conduzir uma investigação técnica sobre os fatos ocorridos, a empresa ganha confiança pública e protege sua imagem diante de stakeholders, imprensa e mercado.
8. Integração com inteligência corporativa e tecnologia
Os processos de forense digital podem se integrar a ferramentas de monitoramento contínuo, SOCs (centro de operações de segurança) e soluções de threat intelligence. Essa conexão cria uma estrutura inteligente e reativa, capaz de identificar padrões de ataque em tempo real e correlacionar eventos suspeitos.
O resultado é um ecossistema de defesa cibernética mais robusto, sinérgico e orientado por dados.
9. Criação de cultura de segurança digital
Mais do que a resposta a incidentes, essa estratégia impulsiona uma mudança cultural dentro das organizações. Cada caso investigado se torna um aprendizado coletivo, melhorando políticas internas, procedimentos, controles de acesso e práticas de prevenção.
Essa mentalidade cria um ciclo virtuoso de evolução contínua, fortalecendo a maturidade digital da empresa.
Como funciona uma investigação forense digital
O processo forense digital segue padrões rigorosos, que unem metodologia técnica, precisão jurídica e disciplina investigativa. Abaixo, detalhamos as principais etapas de uma investigação:
Identificação e isolamento do incidente
O primeiro passo é determinar onde, quando e como o incidente ocorreu. Isso envolve o mapeamento dos sistemas afetados, definição do escopo e isolamento das áreas comprometidas para impedir a propagação do ataque. Essa etapa é crítica para preservar as evidências originais e evitar contaminações.
Coleta e preservação das evidências digitais
Nesta fase, as equipes especializadas realizam a extração controlada de dados e artefatos digitais, como logs de rede, histórico de navegação, e-mails, cópias de disco e registros de sistema. Cada item é documentado seguindo o princípio da cadeia de custódia, com registro de data, hora, responsável e método de coleta.
A integridade das evidências é verificada por meio de hashes criptográficos, garantindo autenticidade.
Análise técnica aprofundada
Aqui, a equipe de forense digital examina as evidências com ferramentas avançadas de análise. São identificados padrões de comportamento, comunicações suspeitas, ações de usuários e trilhas de invasão.
Essa fase é essencial para reconstruir a linha do tempo do ataque e entender o modus operandi dos invasores. Além disso, análises de malware, logs de SIEM e dados de endpoint podem ser correlacionados para mapear o impacto total.
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Interpretação e correlação das informações
Os dados técnicos são, então, transformados em insights compreensíveis. A equipe cruza informações de diferentes fontes (firewalls, servidores, dispositivos, bancos de dados, cloud etc.) para identificar relações de causa e efeito. Essa etapa define com precisão o que aconteceu, quais vulnerabilidades foram exploradas e quais sistemas precisam de reforço imediato.
Elaboração de relatório técnico e recomendações
O relatório final consolida todos os achados e oferece uma visão executiva e técnica do incidente, incluindo:
- Linha do tempo completa do evento;
- Descrição das evidências analisadas;
- Conclusões técnicas e jurídicas;
- Recomendações de correção e prevenção.
Esse documento serve tanto para ações internas quanto para suporte legal e auditorias externas.
Encerramento e lições aprendidas
O último passo transforma o incidente em aprendizado. As equipes de TI, segurança e compliance avaliam o processo, corrigem falhas e ajustam políticas e procedimentos, fortalecendo a postura preventiva e proativa.
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Desafios e barreiras comuns na adoção do forense digital
Apesar da relevância crescente do forense digital, muitas empresas ainda encontram obstáculos para estruturar o processo adequadamente. Veja os mais comuns:
Custo percebido como alto
Um erro comum é enxergar a prática de forense digital como uma despesa e não como um investimento estratégico. Na prática, o custo de uma investigação é muito menor do que o prejuízo financeiro e reputacional de uma resposta inadequada.
Empresas maduras tratam a análise forense como parte do orçamento de combate a fraudes e gestão de riscos.
Falta de cultura de prevenção e resposta
Muitas organizações ainda atuam de forma reativa, só buscando ajuda após o incidente. Sem uma política estruturada de resposta a incidentes, as decisões se tornam improvisadas. A maturidade digital exige planejamento prévio, protocolos definidos e capacitação constante.
Silos entre TI, jurídico e compliance
A ausência de integração entre áreas é um dos maiores entraves. O setor de fraudes descobre uma fraude, o departamento de TI detecta envolvimento de um ataque cibernético, o jurídico preocupa-se com o impacto legal e o compliance com o regulatório, mas, sem sinergia, a resposta perde eficiência.
O ideal é que o forense digital seja um processo multidisciplinar e centralizado, com papéis e responsabilidades bem definidos.
Falta de dados e logs unificados
Sem armazenamento adequado de logs e registros, a análise se torna fragmentada. As empresas que não têm política de retenção de dados e ferramentas de monitoramento integradas enfrentam dificuldades para rastrear o histórico de incidentes. O primeiro passo é implementar uma política robusta de data retention e logging.
Carência de profissionais especializados
A abordagem de forense digital exige competências altamente técnicas e a escassez desses profissionais no mercado é um desafio real. Uma solução é a realização de parcerias com consultorias especializadas, como a GIF International.
Como a GIF International atua em forense digital
A GIF International integra a análise forense digital ao seu ecossistema completo de soluções de combate a fraudes e segurança corporativa.
Veja os diferenciais da abordagem GIF:
- Metodologia própria de investigação forense digital e resposta a incidentes;
- Laboratório próprio para análises avançadas;
- Equipe de especialistas em fraudes digitais;
- Ferramentas modernas e certificadas internacionalmente;
- Atuação sigilosa, ética e orientada a resultados;
- Integração com Cyber Threat Intelligence;
- Capacidade de integração com Law Enforcement e órgãos reguladores;
- Abordagem personalizada.
Essa combinação garante eficiência, rastreabilidade e confiança, reduzindo riscos operacionais, financeiros e reputacionais. Quer saber mais detalhes? Entre em contato com nosso time de especialistas agora mesmo!