Apesar do aumento expressivo das fraudes corporativas, cada vez mais sofisticadas e difíceis de combater, muitas empresas ainda operam com base em conceitos distorcidos ou ultrapassados sobre o tema. Esses mitos sobre fraudes corporativas, quando aceitos como verdades absolutas, podem comprometer a eficácia das ações de prevenção, detecção e investigação de fraudes.
Neste artigo, vamos desvendar os principais mitos sobre fraudes corporativas, explicar por que eles não condizem com a realidade e mostrar como superá-los com base em boas práticas, estratégias eficazes e um ecossistema de soluções completo.
O objetivo é conscientizar os profissionais da área sobre os desafios reais e oferecer subsídios para decisões mais informadas e estratégicas.
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11 mitos sobre fraudes corporativas
Mito 1: “Fraudes só acontecem em grandes empresas”
Verdade: Nenhuma empresa está imune à fraude, independentemente do porte. As pequenas e médias empresas também são alvos constantes, tanto de fraudes, como roubos, desvios e ciberataques. Isso acontece muitas vezes por não possuírem sistemas robustos de controle interno.
Para se ter uma ideia, 57% das pequenas e médias empresas (PMEs) na América Latina enfrentaram um aumento nas tentativas de ciberataques em 2024, de acordo com estudo da Kapersky.
Exemplo: um pequeno e-commerce pode sofrer prejuízos de mais de R$ 500 mil após um colaborador do financeiro desviar valores por meio da manipulação de boletos bancários.
Mito 2: “Fraudes sempre envolvem grandes valores”
Verdade: Muitos esquemas de fraude envolvem pequenas quantias desviadas repetidamente ao longo do tempo,um comportamento conhecido como “fraude por gotejamento”.
Inclusive, segundo pesquisa da Grant Thornton, 46% dos casos envolvem valores de fraudes de até R$ 500 mil.
Exemplo: um operador de caixa pode desviar centavos por transação em uma rede varejista e, em 12 meses, pode acumular mais de R$ 50 mil sem levantar suspeitas.

Mito 3: “Só quem tem acesso direto ao financeiro comete fraude”
Verdade: As fraudes corporativas podem ocorrer em qualquer área ou departamento da empresa, seja na logística, compras, RH, TI, entre outras. Ter uma restrição de acesso financeiro não elimina o risco. Na realidade, o risco só será diferente e poderá se materializar por meios distintos.
Exemplo: Um colaborador da área de logística desviava produtos do estoque para revenda online. Como os registros estavam parcialmente automatizados, a falha passou despercebida por meses.
Aliás, pode acontecer até de prestadores externos cometerem fraudes. O levantamento da Grant Thornton mostra que profissionais vinculados a terceiros (clientes, fornecedores, prestadores, subcontratados etc.) foram responsáveis por 14% das fraudes.
Mito 4: “Quem comete fraude é sempre um funcionário mal-intencionado desde o início”
Verdade: Muitos colaboradores começam a agir motivados por pressões financeiras ou emocionais, associadas a falhas no ambiente de controle. Além disso, podem ocorrer janelas de oportunidade, que permitem a realização de fraudes internas. Ainda também tem o risco do aliciamento de funcionários por grupos externos, se aproveitando de colaboradores para facilitar os desvios, furtos ou roubos.
Exemplo: um funcionário com histórico exemplar passou a fraudar reembolsos após enfrentar problemas familiares. A empresa não possuía políticas claras de apoio e prevenção.
Mito 5: “Monitoramento eletrônico e câmeras resolvem tudo”
Verdade: Embora sejam ferramentas importantes, as câmeras, alarmes, controles de acesso e monitoramento eletrônico não são suficientes quando implementadas sozinhas. Até porque, muitas vezes, as fraudes corporativas ocorrem por manipulação de dados, invasão de sistemas, contas e acessos, uso indevido de identidades e falhas processuais, invisíveis aos olhos das câmeras.
Sem contar que a inteligência artificial já permite também fraudes cada vez mais sofisticadas, como os deepfakes de voz e vídeo, que enganam pessoas, fazendo com que passem informações sigilosas.
Exemplo: o gerente de TI acessava sistemas administrativos fora do horário comercial para alterar permissões de acesso e encobrir fraudes contábeis.
Então, não basta ter estratégias e planos robustos de segurança patrimonial. É fundamental que as empresas vão além e tenham uma integração entre segurança cibernética, medidas de combate a fraudes, compliance, gestão de riscos e também a segurança física.
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Mito 6: “Implementar o compliance é o suficiente para evitar fraudes”
Verdade: Os programas de compliance são fundamentais, mas precisam ser acompanhados de auditorias, investigações internas, treinamentos e cultura organizacional forte para realmente surtir efeito.
Exemplo: mesmo com um código de conduta ativo, uma empresa teve prejuízos com fraude em licitações internas porque faltavam mecanismos de fiscalização e canais seguros de denúncia.
É importante destacar também que essas medidas não evitam os riscos de fraudes externas por meio de ameaças digitais, furtos, roubos, invasões, sabotagens, entre outros.
Mito 7: “Fraude é um problema isolado, não afeta a reputação da empresa”
Verdade: Os casos de fraudes corporativas podem gerar crises institucionais, perda de credibilidade no mercado, boicotes de consumidores e danos duradouros à imagem. Ou seja, o risco à reputação é muito grande. Veja só: de acordo com pesquisa da Zoho, 48% dos consumidores brasileiros evitariam comprar de uma empresa que sofreu uma fraude.
Exemplo: após o vazamento de um esquema de desvio de verbas por executivos, uma multinacional teve queda de 20% no valor das ações e foi alvo de investigações da imprensa e de órgãos reguladores.
Mito 8: “Somente fraudes internas devem ser investigadas”
Verdade: As ameaças também podem vir do ambiente externo, como fornecedores, prestadores de serviço, parceiros comerciais e até consumidores, que podem ser vetores de fraude. Isso sem contar o conluio entre agentes internos e externos.
Exemplo: um grupo de fornecedores criava notas fiscais falsas em conluio com colaboradores do setor de compras, elevando artificialmente os custos operacionais.
Vale destacar que, entre os responsáveis externos, cerca de um terço das fraudes foi cometida por hackers em 2022, e 28% dos ataques foram conduzidos pelo crime organizado. Os dados são da PwC.
Mito 9: “A investigação de fraudes serve apenas para punir culpados”
Verdade: Investigar fraudes vai além de identificar e responsabilizar os envolvidos. Também é uma forma de entender vulnerabilidades no sistema, corrigir processos e prevenir reincidências. Ou seja, o foco vai além da punição.
Exemplo: ao investigar um caso de desvio de mercadorias, uma empresa identificou falhas no processo de controle de acesso e implementou melhorias para aumentar a segurança.
Mito 10: “Fraudes são sempre cometidas de forma intencional”
Verdade: Normalmente, as fraudes corporativas são intencionais. Mas algumas ocorrências podem acontecer por desconhecimento de regras, erros em processos, falhas de treinamento, negligência ou ausência de controles claros.
Exemplo: um colaborador cadastrou dados incorretos em uma plataforma de pagamento, gerando repasses duplicados. O erro, sem má-fé, pode gerar elevados prejuízos financeiros.
Inclusive, os ataques de engenharia social se aproveitam de erros humanos para obter acessos indevidos, informações confidenciais, dados financeiros, entre outros. Uma pesquisa da Mimecast revelou que falhas das pessoas foram a maior causa de ataques cibernéticos em 2024, representando 95% dos casos.
Mito 11: “Denúncias anônimas não têm credibilidade”
Verdade: os canais de denúncia quando bem estruturados são essenciais para iniciar apurações sérias de fraudes e desvios de comportamento. O anonimato, neste caso, garante a confidencialidade, trazendo mais tranquilidade para quem está denunciando.
Exemplo: uma denúncia anônima levou à descoberta de um esquema de superfaturamento em contratos terceirizados. A investigação confirmou as informações com evidências documentais.
Superando mitos sobre fraudes corporativas: como a GIF International pode ajudar
Para enfrentar de forma eficaz os desafios e mitos sobre fraudes corporativas, é preciso ir além das suposições e construir uma estrutura baseada em dados, processos robustos e cultura organizacional.
A GIF International oferece um ecossistema completo e integrado com foco em prevenção, detecnção e investigação de fraudes.
Com atuação em todo o Brasil e presença em mais de 17 países, contamos com metodologias exclusivas, tecnologia avançada e especialistas altamente qualificados.
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