O gerenciamento de riscos no transporte de cargas é essencial para reduzir ocorrências de roubo, falhas logísticas, acidentes, fraudes operacionais e outros eventos que impactam diretamente o resultado financeiro das empresas.  

Vale destacar que o transporte de cargas é uma das atividades mais críticas e estratégicas da economia, especialmente para empresas dos setores de logística, e-commerce, distribuição e varejo.  

No entanto, essa operação está exposta a uma série de riscos que podem comprometer não apenas o valor transportado, mas também a reputação da marca, a eficiência operacional e o relacionamento com clientes. 

Então, adotar uma gestão estruturada e integrada de riscos em toda a cadeia de logística e transporte ajuda a garantir mais segurança, rastreabilidade, eficiência e conformidade regulatória. 

Neste artigo, vamos aprofundar as principais normas e regulamentações que regem o transporte de cargas no Brasil, apresentar os riscos mais comuns e detalhar as boas práticas para uma gestão eficaz. 

Por que o gerenciamento de riscos no transporte de cargas é tão importante? 

As empresas que dependem da movimentação de produtos para abastecer centros de distribuição, lojas ou consumidores finais enfrentam desafios operacionais diários. Entre os principais riscos estão: 

• Roubo e furto de carga; 
• Desvios de conduta de motoristas e parceiros; 
• Fraudes na documentação e controle de entregas; 
• Acidentes por falhas mecânicas ou imprudência. Inclusive, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas morrem a cada ano como resultado de acidentes de trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde; 
• Estradas em más condições e infraestrutura deficiente; 
• Falta de manutenção preventiva da frota; 
• Erros de roteirização e falhas na previsão de risco. 

Quais são as principais normas e regulamentações do transporte de cargas no Brasil? 

O setor de transporte rodoviário de cargas é regulado por um conjunto de leis, resoluções e portarias que buscam garantir a segurança, a legalidade e a eficiência das operações. Veja os principais marcos regulatórios estão: 

1. Lei nº 11.442/2007 

Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros, estabelecendo regras sobre contrato de transporte, responsabilidade civil e obrigações das partes envolvidas. 

2. Resolução ANTT nº 4.799/2015 

Define as diretrizes para o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), que exige cadastro e regularização das empresas e dos autônomos que atuam no setor. 

3. Lei do Caminhoneiro (Lei nº 13.103/2015) 

Estabelece direitos e deveres dos condutores profissionais, incluindo jornada de trabalho, períodos de descanso, exames toxicológicos e condições de segurança. 

4. Portaria MTE nº 612/2024  

Exige exames toxicológicos para motoristas, com realização periódica e inclusão obrigatória das informações no sistema do eSocial. A empresa deve fazer os exames na admissão, a cada dois anos e meio e no desligamento. 

5. Portaria nº 265/2020 do Denatran 

Dispõe sobre a obrigatoriedade de uso de dispositivos eletrônicos de monitoramento e rastreamento em determinados tipos de carga. 

6. Resolução Contran nº 799/2020 

Prevê novos prazos para a introdução de itens obrigatórios de segurança nos caminhões. A partir de 2025, os veículos novos devem ter controle eletrônico de estabilidade, DRL (luz de condução diurna), alerta visual de frenagem de emergência e alerta de cinto de segurança no painel. 

7. Resolução Contran nº 823/2021 

Atualiza as exigências para inspeção veicular, manutenção e revisão obrigatória da frota utilizada no transporte de carga. 

8. Normas da ABNT 

Destaque para as normas ABNT NBR: 

• 14653: avaliação de riscos; 
• ISO 39001: gestão da segurança viária; 
• ISO 28000: segurança na cadeia logística. 

9. Resoluções nº 3665/11 e nº 420/04 da ANTT 

Definem requisitos obrigatórios para o transporte de cargas consideradas perigosas, como produtos inflamáveis, químicos ou explosivos. As resoluções indicam os tipos de embalagens apropriados, as sinalizações necessárias e até mesmo as melhores rotas para evitar riscos. 

Essas regulamentações exigem das empresas não apenas conformidade, mas também estratégia e inovação no gerenciamento de riscos no transporte de cargas para garantir eficiência operacional e logística. A depender do modal de deslocamento (marítimo ou aéreo), podem ter outras leis específicas. 

Leia também: 10 estratégias para otimizar a gestão de frota na sua empresa 

Boas práticas para melhorar a gestão de riscos no transporte de cargas 

Implementar boas práticas de gerenciamento de riscos no transporte de cargas é essencial para garantir a integridade das mercadorias, proteger os profissionais envolvidos e assegurar o cumprimento das normas legais. A seguir, detalhamos as principais ações que devem compor uma estratégia robusta de prevenção e controle de riscos nesse setor: 

1. Planejamento estratégico de segurança 

Um bom gerenciamento de riscos começa no planejamento. Isso significa mapear rotas, identificar pontos críticos de risco (como áreas com altos índices de roubo ou acidentes), estabelecer protocolos de emergência e definir ações preventivas. Este planejamento deve ser documentado, revisado periodicamente e compartilhado com todos os envolvidos na operação. 

2. Rastreamento e monitoramento em tempo real 

A adoção de tecnologias de rastreamento por GPS e monitoramento por videotelemetria permite o acompanhamento contínuo do trajeto, comportamento do condutor e condição da carga. Esses sistemas devem ser integrados a uma central de controle (como um Centro de Operações Integradas), que possa agir rapidamente em caso de desvio, parada indevida ou sinal de emergência. 

3. Seguro de carga e gestão de apólices 

Contratar seguros especializados para o transporte de cargas é uma prática indispensável. Além disso, é necessário fazer uma gestão ativa das apólices, a fim de revisar coberturas, adequar limites, acompanhar vencimentos e garantir que estejam compatíveis com os riscos da operação. 

Uma boa medida pode ser trabalhar com corretoras experientes em logística, que ofereçam produtos alinhados ao tipo de mercadoria transportada e aos riscos específicos das rotas. 

4. Roteirização inteligente e dinâmica 

A roteirização não deve ser estática. Com apoio de sistemas inteligentes, é possível recalcular trajetos em tempo real, evitando congestionamentos, regiões perigosas ou intempéries. Sem contar que esse tipo de roteirização ajuda na redução de custos operacionais, menor desgaste dos veículos e entregas mais pontuais. 

5. Treinamento e capacitação dos motoristas 

O motorista é peça central na cadeia de transporte de cargas. Ele deve ser treinado não apenas para conduzir com segurança, mas também para adotar boas práticas de prevenção a fraudes, roubos e desvios, bem como procedimentos de atuação em emergências. 

6. Atualização e manutenção preventiva da frota 

Os veículos que estão mal conservados aumentam os riscos de acidentes, atrasos e prejuízos. A manutenção preventiva, baseada em cronogramas técnicos e análises de desgaste, reduz as chances de panes e ainda ajuda a prolongar a vida útil da frota. 

Adotar softwares de gestão de frota permite programar revisões, controlar consumo de combustível e emitir alertas sobre a condição dos veículos. 

Saiba mais: Logística de última milha: 7 estratégias para melhorar a experiência na entrega   

7. Gestão rigorosa de parceiros e terceiros 

As empresas de transporte muitas vezes contam com motoristas terceirizados ou parceiros. Isso exige uma verificação criteriosa de antecedentes, validação de documentos, avaliação de reputação e alinhamento com os protocolos internos de segurança. 

Assim, é importante realizar a validação cadastral automatizada e aplicação de checklists obrigatórios antes de liberar motoristas e veículos para viagens. 

8. Integração com tecnologias antifraude 

A adoção de soluções antifraude permite cruzamento de dados operacionais com registros de comportamento, auditorias e alertas de segurança. Essa integração potencializa a capacidade de identificação de irregularidades e atua de forma preventiva, antes que uma fraude ou incidente se concretize. 

9. Auditorias e análises forenses recorrentes 

A realização de auditorias e investigações periódicas, internas ou por meio de consultorias especializadas, é fundamental para detectar falhas, identificar fraudes, mapear vulnerabilidades e propor melhorias estruturais. Essas medidas ajudam a antecipar riscos e criar uma cultura contínua de aprendizado e correção. 

Benefícios do gerenciamento de riscos no transporte de cargas 

• Reduzir perdas financeiras e operacionais; 
• Minimizar o tempo de resposta a incidentes; 
• Garantir entregas dentro do prazo e com integridade; 
• Cumprir normas legais e evitar sanções; 
• Conhecer profundamente motoristas, parceiros e prestadores de serviço; 
• Aumentar a confiança dos clientes e parceiros logísticos. 

Como a GIF International pode ajudar sua empresa 

Diante da complexidade e dos riscos crescentes no transporte de cargas, as empresas devem adotar uma abordagem estratégica e integrada para proteger suas operações. O simples cumprimento das normas não é mais suficiente. É preciso investir em rastreamento avançado, análise comportamental, combate a fraudes e investigação especializada. 

Nesse cenário, o ecossistema de soluções da GIF International atua como um elemento chave. Com ampla experiência em combate a fraudes logísticas e análise de riscos, a GIF apoia empresas de transporte, logística e e-commerce para enfrentar os riscos operacionais com segurança e estratégia. 

Ao integrar recursos de tecnologia com conhecimento especializado, a GIF International permite que seus clientes consigam reduzir prejuízos, fortalecendo a reputação da marca e garantindo um transporte mais seguro e eficiente. 

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