As perdas patrimoniais têm se tornado uma preocupação crescente para empresas em todo o mundo. Eventos como desastres naturais, crises econômicas e falhas operacionais podem resultar em prejuízos significativos.
No Brasil, por exemplo, empresas enfrentam desafios como roubos, fraudes, sabotagens, vandalismos e danos causados por desastres naturais.
Logo, a proteção do patrimônio é essencial para garantir a continuidade dos negócios e a segurança financeira.
Mas o que são as perdas patrimoniais?
Trata-se de qualquer prejuízo financeiro que afeta os bens e o patrimônio das empresas. Esses danos podem ser causados por diversos fatores, como roubo, furto ou desvio de produto, incêndio, acidentes, entre outros. É possível classificar as perdas em diretas, indiretas, materiais e morais.
- Diretas ou emergentes: prejuízos financeiros imediatos, como o valor dos bens roubados;
- Indiretas ou de lucro cessante: o que a sua empresa deixou de ganhar, ou seja, os prejuízos financeiros que não são imediatamente perceptíveis, como a perda de clientes após um incidente;
- Materiais: danos a bens físicos, como veículos, equipamentos, instalações, estruturas, entre outros;
- Morais: impactos à reputação e à imagem da marca.
Principais tipos de perdas patrimoniais
Para ilustrar as perdas patrimoniais, separamos as situações mais frequentes que podem acontecer nas empresas:
Roubo e furto: as empresas podem sofrer perdas significativas se seus bens forem desviados seja por infratores externos ou fornecedores terceirizados;
Fraudes internas: os funcionários podem cometer fraudes, resultando em perdas financeiras e danos à reputação da empresa, seja por meio de atitude própria, aliciamento ou até mesmo envolvimento com grupos criminosos.
Sabotagens: envolve ações deliberadas para atrapalhar ou interromper o funcionamento de sistemas, equipamentos ou processos, como por exemplo, cortar cabos de comunicação, danificar máquinas em uma fábrica, ou contaminar produtos. Isso causa perdas materiais para a operação e impactos financeiros.
Vandalismos: a destruição deliberada de propriedades privadas e a provocação de danos, como grafites não autorizados, ataque a janelas, ou quebra de veículos, geram estragos para as instalações, com perdas materiais e financeiras.
Incêndios: os danos causados por incêndios, sejam eles intencionais ou não, podem destruir equipamentos e instalações, resultando em altos custos de reparação. Para se ter uma ideia, as perdas globais devido a incêndios somam mais de US$ 15 bilhões em 5 anos, segundo o estudo Global Risk Dialogue.
Desastres naturais: inundações, terremotos, vendavais, rompimento de barragens e outros desastres naturais podem causar danos extensivos a propriedades e interromper operações comerciais. Em 2024, inclusive, as empresas do Rio Grande do Sul acumularam até R$ 10 bilhões em perdas de ativos por causa das enchentes que atingiram o estado.
Conheça as principais estratégias para evitar perdas patrimoniais
1. Planejamento patrimonial
O planejamento patrimonial é essencial para proteger os bens da empresa, envolvendo:
Avaliação dos ativos: conhecer o valor dos bens e investimentos da empresa é crucial. Isso inclui imóveis, veículos, equipamentos, e participações societárias.
Definição de metas: estabelecer objetivos claros, como crescimento da empresa ou sucessão familiar, ajuda a direcionar as estratégias de proteção.
2. Blindagem legal
A blindagem legal envolve a adoção de mecanismos jurídicos para proteger os bens contra litígios e execuções, como:
Criação de holding patrimonial: Constituir uma empresa holding para centralizar a gestão dos bens da empresa.
Contratos e acordos: utilizar contratos bem elaborados para proteger os interesses da empresa em transações comerciais.
Leia também: Descubra mais de 10 estratégias da gestão de prevenção de perdas
3. Seguros
Contratar seguros adequados é uma estratégia fundamental para cobrir possíveis danos causados por acidentes, roubos e desastres naturais, como por exemplo:
- Propriedade: protege contra danos a imóveis e equipamentos.
- Responsabilidade Civil: cobre prejuízos causados a terceiros durante as operações da empresa.
- Seguro de fraude: protege contra perdas financeiras decorrentes de fraudes internas.
4. Monitoramento contínuo
Implementar sistemas de monitoramento para detectar e prevenir fraudes e roubos permite combater perdas patrimoniais com eficiência. Neste sentido, as empresas devem investir em instalação de sistemas de segurança com câmeras de vigilância e alarmes, na realização de auditorias periódicas para identificar vulnerabilidades e em ferramentas de monitoramento de transações para detectar atividades suspeitas.
5. Treinamento de funcionários
Capacitar os funcionários para identificar e responder a riscos potenciais é uma estratégia eficaz para evitar perdas patrimoniais. Para isso, é possível realizar programas de treinamento, comunicações sobre políticas de segurança e procedimentos operacionais, além de promover uma cultura de conscientização.
Saiba mais: Como criar uma cultura de segurança na sua empresa e reduzir riscos
Perdas patrimoniais e a continuidade dos negócios
A continuidade dos negócios depende diretamente da capacidade de uma empresa em proteger seus ativos. Sem uma estratégia robusta de proteção patrimonial, uma empresa pode enfrentar interrupções graves que afetam sua operação e reputação.
Neste cenário, ter um plano de continuidade de negócios ajuda a preparar a empresa para enfrentar uma variedade de incidentes que podem ameaçar sua operação, como:
Preparação para desastres naturais
Os desastres naturais podem causar danos extensivos às instalações e interromper a produção. Um plano de continuidade de negócios deve incluir medidas preventivas e de resposta rápida para minimizar os impactos desses eventos. Isso pode envolver a criação de planos de evacuação, a instalação de sistemas de segurança e a contratação de seguros adequados.
Resposta a crises econômicas
Crises podem afetar a estabilidade financeira da empresa, resultando em perdas patrimoniais significativas. Dessa forma, o plano de continuidade deve prever estratégias para lidar com flutuações econômicas, como a diversificação de investimentos, a manutenção de reservas financeiras e a adaptação rápida às mudanças do mercado, seja com mudanças no modelo de negócios, nos produtos vendidos, ou nos processos.
Gestão de falhas operacionais
Falhas operacionais, como problemas técnicos e interrupções na cadeia de suprimentos, podem causar perdas patrimoniais e afetar a produção. Por isso, as empresas devem incluir procedimentos para a rápida resolução de problemas técnicos, a manutenção de fornecedores alternativos e a criação de planos de contingência para garantir a continuidade das operações.
Prevenção de fraudes, roubos e sabotagens
Por fim, os planos de continuidades devem incluir sistemas de monitoramento contínuo, auditorias regulares e treinamento de funcionários para prevenir e detectar esses incidentes, assim como estratégias de investigação corporativa para apurar as ocorrências e identificar os responsáveis.
Análise de riscos para a prevenção de perdas patrimoniais
A análise de riscos é uma estratégia para identificar, avaliar e mitigar riscos que podem causar perdas patrimoniais. Mas como fazer essa avaliação na prática? Veja um passo a passo:
1. Definição do escopo
O primeiro passo é definir claramente o escopo da análise, identificando as áreas, atividades ou sistemas que serão avaliados. Para uma análise completa, é importante considerar todos os potenciais riscos.
2. Identificação dos riscos
A lista de todos os riscos potenciais que podem afetar o patrimônio da empresa deve englobar riscos financeiros, operacionais, legais, ambientais, entre outros.
Veja também: 7 indicadores de fraude que sua empresa precisa acompanhar
3. Avaliação dos controles
É necessário verificar a eficácia dos controles já implementados e avaliar se esses controles são suficientes ou se há lacunas que precisam ser preenchidas.
4. Matriz de riscos
As empresas precisam avaliar a probabilidade de cada risco ocorrer e o impacto potencial caso ele se concretize. A combinação desses dois fatores ajuda a determinar o nível de risco e sua prioridade.
- Estimativa da probabilidade: classifique a probabilidade de ocorrência dos riscos como alta, média ou baixa.
- Avaliação do impacto: analise o impacto em termos financeiros, operacionais, reputacionais ou legais.
- Combinação de probabilidade e impacto: utilize uma matriz de risco para combinar os dois fatores e determinar o nível de risco.
5. Priorização dos riscos
Leve em consideração os riscos com base na sua severidade e probabilidade de ocorrência. Isso ajuda a focar nas áreas que necessitam de atenção imediata
6. Plano de gestão de riscos
A próxima etapa é elaborar um plano detalhado com ações específicas para cada risco identificado. Este planejamento deve incluir medidas preventivas e corretivas, além de responsáveis pelas ações previstas e prazos para implementação, a fim de mitigar incidentes.
7. Monitoramento e revisão
Não adianta terminar as ações com o plano de gestão. Para garantir a redução contínua das perdas patrimoniais, as organizações devem monitorar os riscos de modo consistente e revisar o plano com recorrência para atualizá-lo com novas ameaças e as mudanças nos cenários interno e externo.
8. Comunicação efetiva
Por fim, não se esqueça de comunicar e compartilhar os riscos, o plano de gestão e as responsabilidades com todos os envolvidos na sua empresa. Assim, os profissionais estarão cientes das ações que devem tomar em urgências.
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