Cada vez mais, nos tempos atuais, o combate a fraudes se traduz em uma maior capacidade das empresas olharem para a gestão de riscos corporativos com uma visão estratégica. Neste sentido, é fundamental elevar o grau de importância dessa área dentro das companhias.
Muito além de cumprir requisitos regulatórios, conhecer os riscos em potencial de maneira proativa ajuda a tomar medidas de prevenção para evitar que a companhia sofra com incidentes que podem gerar impactos negativos para a reputação e as finanças.
Neste artigo no blog da GIF International, Pablo Colombres, CEO da empresa, reforçou a mudança do conceito de segurança tradicional para o gerenciamento de riscos. “Nos últimos anos, com o avanço das tecnologias e novas ameaças, estamos no processo de transformar essa abordagem, visando o gerenciamento de riscos: como identificamos e tratamos esses riscos físicos, digitais, computacionais, entre outros”, disse.
Com uma visão abrangente e holística sobre esses riscos, as empresas podem tomar decisões mais inteligentes no combate a fraudes e criar uma cultura de segurança. Como consequência, é possível garantir a proteção dos negócios e o crescimento sustentável.
No evento da Febraban “Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes, Segurança Cibernética e Bancária”, os profissionais também abordaram a importância da gestão de riscos, assim como da gestão de crises, visando aumentar a segurança e a cultura antifraude. Confira aqui!
Gestão de riscos corporativos desafiadora em um cenário complexo
Os riscos que as empresas enfrentam estão se proliferando, o que torna o ambiente mais complexo e desafiador. Inclusive, de acordo com um levantamento da Accenture, 77% dos líderes de negócios dizem que os riscos são mais difíceis de detectar e gerenciar do que nunca.
Diversas ameaças ocorrem de forma simultânea, englobando questões regulatórias, fiscais, ambientais, cibernéticas, entre outras. Para 83% dos líderes, os complexos riscos interconectados surgem cada vez mais rápido.
Além disso, 72% acreditam que suas capacidades de gestão de risco não acompanharam as rápidas mudanças do mercado e do mundo.
Para corroborar com essa visão, o estudo Futuro dos Riscos, da KPMG, mostra que 61% dos executivos esperam ver um aumento significativo no nível de riscos pelo qual serão responsáveis nos próximos 3 a 5 anos.
Os desafios da gestão de riscos corporativos
Diante deste contexto, as áreas de risco têm que mostrar maior resiliência e eficácia para enfrentar os obstáculos. Ao mesmo tempo, os setores precisam lidar com processos ultrapassados, tecnologias e ferramentas legadas, além da necessidade constante de redução de custos.
Se só esses desafios não fossem suficientes, a gestão de riscos ainda tem que se provar internamente nas organizações e se transformar em um agente estratégico, gerador de valor e catalisador de mudanças.
A partir daí, é possível andar junto com as lideranças e desenvolver estratégias alinhadas aos objetivos de negócios.
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Principais tipos de riscos corporativos
1. Risco regulatório
Não estar em conformidade com as inúmeras legislações vigentes no território brasileiro representa um risco regulatório. Para dificultar ainda mais este trabalho, as leis mudam a cada dia. E, caso os regulamentos e normas não sejam cumpridos, as empresas podem receber multas, sanções e até mesmo perder sua licença de funcionamento.
2. Risco reputacional
É a ameaça à reputação e à imagem da empresa, causada por ações ou eventos que comprometem sua credibilidade perante clientes, parceiros e mercado em geral. Pode surgir de fraudes, postagens inadequadas em redes sociais, crises mal geridas ou comportamentos indevidos de colaboradores e influenciadores ligados à marca.
3. Risco financeiro
Refere-se à possibilidade de perdas decorrentes de má gestão de recursos, corrupção, fraudes financeiras ou instabilidades externas, como incertezas econômicas, flutuações de mercado, taxas de juros, câmbio e mudanças tributárias.
4. Risco cibernético
Está ligado a ataques e falhas que afetam dados, redes e sistemas da empresa. Ameaças incluem hackers, vírus, ransomware e erros humanos. Os números de ameaças cibernéticas e ataques crescem a cada dia, enquanto a infraestrutura das empresas ainda não se consolida como um motor de proteção.
Inclusive, segundo estudo da Vultus, a maturidade cibernética das empresas brasileiras é 3 vezes menor que o apetite ao risco.
5. Risco operacional
Abrange falhas em processos, sistemas, pessoas ou eventos externos que podem comprometer o funcionamento da empresa. Inclui interrupções tecnológicas, falhas humanas e fraudes internas.
6. Risco tecnológico
Relaciona-se à dependência de tecnologias que podem se tornar obsoletas, falhar ou não acompanhar a evolução do mercado. Inclui desde sistemas desatualizados até falhas em integrações, perda de dados, vazamentos de informações e indisponibilidade de plataformas essenciais. A falta de atualização tecnológica pode comprometer a competitividade e a segurança da operação.
7. Risco geopolítico
Refere-se aos impactos de tensões e instabilidades políticas e econômicas no cenário nacional ou internacional, como guerras, sanções comerciais, crises diplomáticas, mudanças regulatórias ou políticas protecionistas. Tais situações afetam diretamente cadeias de suprimentos, investimentos, operações internacionais e até o comportamento do consumidor.
8. Risco estratégico
Ocorre quando a empresa adota decisões mal planejadas ou desalinhadas com as mudanças do mercado, comportamento do consumidor ou cenários externos. Pode envolver escolhas equivocadas de expansão, fusões mal estruturadas, falta de inovação ou resistência à transformação digital.
Ainda existem outras situações de risco, como o risco laboral de acidentes de trabalho, entre outros que devem ser analisados de perto pela área responsável.
O fato é que todas as circunstâncias que geram os riscos acima, quando se concretizam em problemas e incidentes reais, podem acarretar perdas gravíssimas para as organizações.
Vale a pena ler este artigo sobre o custo de uma fraude para entender os casos em que envolvem fraudes internas e externas, incidentes cibernéticos, problemas de compliance e reputação.
Riscos que os líderes esperam para os próximos anos
Apesar das inúmeras ameaças, para o futuro, os líderes enxergam algumas questões como prioritárias, como por exemplo, os riscos tecnológicos e de inovação.
Em um mundo com transformações constantes, vemos a cada dia novas tecnologias impulsionarem mudanças, como a Inteligência Artificial mais recentemente. Essas novidades exigem que as empresas fiquem atualizadas para que possam incorporar tais inovações e ferramentas no seu negócio.
Veja só o top 5 de maiores riscos para os próximos anos, conforme a pesquisa da KPMG:

Riscos corporativos e combate a fraudes
Com o contexto, fica claro que as fraudes são uma boa parcela das responsáveis por riscos corporativos.
Afinal, para ocorrer uma fraude, é preciso que haja um risco. Esse risco pode ser:
- Brecha de segurança nos sistemas;
- Vulnerabilidade no perímetro da organização;
- Procedimento incorreto de funcionários;
- Potencial aliciamento de colaboradores;
- Ativo muito valioso que chama a atenção de fraudadores;
- Ameaças de fraudes a consumidores da sua marca;
- Formas de burlar cadastros;
- Invasões de contas de clientes e usuários;
- Aberturas de contas laranjas;
- Uso de identidades fraudulentas e/ou cartão de crédito roubado em compras;
- Entre outros.

Desse modo, desenvolver métodos para proteção, incluindo o mapeamento de riscos, é essencial, o que torna a gestão de riscos corporativos peça-chave nas estratégias e soluções de segurança. Então, mapear, analisar e gerenciar todas essas ameaças é indispensável.
Futuro da gestão de riscos corporativos e conexão com os negócios
Para lidar com tantos riscos internos e externos, as empresas devem preparar e estruturar melhor sua gestão de riscos. A partir de uma avaliação profunda, é possível pensar em reorganizar o setor com alinhamento com as necessidades de negócios e usando a percepção de risco como um gerador de valor.
Entre os ‘novos’ requisitos da área, podemos considerar:
- Responsabilidade compartilhada: os riscos devem ser identificados, reconhecidos, monitorados e informados a todos os colaboradores, a fim de que todos assumam a responsabilidade de evitá-los, seguindo boas práticas que a empresa recomendar;
- Liderança proativa: os executivos precisam promover uma cultura consciente dos riscos em toda a organização e serem líderes da gestão de riscos em seus departamentos. Quando todos pensam na mitigação de ameaças de forma conectada e coordenada, é mais fácil reduzir os incidentes;
- Incorporação de tecnologias: as ferramentas, como inteligência artificial e análise de dados, têm que ser usadas para aprimorar a gestão de riscos;
- Qualificação da força de trabalho: é essencial a atualização e capacitação contínua dos colaboradores da área no uso de tecnologia, em ciência de dados e em medidas efetivas de segurança;
- Integração aos negócios: é preciso incorporar os riscos à tomada de decisões dos negócios. A visão dos impactos de cada ameaça à companhia permite gerar valor da função de risco para a empresa.
Como evoluir a gestão de riscos corporativos visando o futuro
É preciso ir além dos processos comuns na área, como avaliação de riscos, due diligence, Know Your Customer e investigações. Claro que essas ações, quando bem planejadas e executadas, ainda contribuem e muito para minimizar ameaças.
No entanto, as empresas devem introduzir novas medidas. Uma pesquisa da PwC, inclusive, trouxe os obstáculos no processo de gestão de risco eficaz e 32% dos entrevistados consideraram a falta de ferramentas e sistemas de suporte tecnológico.
Então, como destacamos ao longo deste artigo, chegou a hora de modernizar, transformar e tornar a gestão de riscos corporativos mais estratégica. Confira novas ações para evoluir essa área:
1. Visão a nível executivo
Como mencionamos, a gestão de riscos atual deve ser pauta prioritária na agenda dos altos executivos, com o envolvimento dos líderes na avaliação dos riscos estratégicos, reputacionais, regulatórios e tecnológicos.
Essa mudança amplia a capacidade de resposta da organização, permitindo que decisões sejam tomadas com maior clareza sobre seus impactos e vulnerabilidades.
2. Geração de valor
As empresas que compreendem e administram bem seus riscos conseguem inovar com mais segurança, antecipar ameaças e se destacar em ambientes voláteis. O foco não está apenas em evitar perdas, mas em aproveitar insights estratégicos que só uma boa gestão de riscos pode proporcionar.
3. Tomada de decisão
As empresas precisam conectar os riscos às metas, processos e decisões do negócio. Isso significa envolver todas as áreas da empresa e alinhar a gestão de riscos à estratégia organizacional. Quando o risco faz parte da tomada de decisão, as ações são mais coerentes, consistentes e bem embasadas, favorecendo o crescimento sustentável e a proteção do valor da empresa.
4. Transformação digital e a análise de dados a favor
A transformação digital vem revolucionando a forma como as empresas detectam, monitoram e respondem a riscos. Ferramentas de automação, inteligência artificial e análise preditiva estão permitindo uma gestão mais precisa, ágil e em tempo real.
De acordo com a pesquisa da PwC, cerca de 75% dos executivos querem aumentar os investimentos em análise de dados e automação de processos no gerenciamento de risco. Dessa forma, é possível se antecipar, reduzir falhas humanas e aumentar a eficiência no enfrentamento de riscos complexos e dinâmicos.
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5. Força de trabalho sólida
Os colaboradores conscientes, treinados e engajados são fundamentais para identificar sinais de alerta e agir corretamente diante de potenciais ameaças. Formar uma força de trabalho centrada no risco significa integrar conhecimento técnico, pensamento crítico e senso de responsabilidade em todos os níveis da empresa.
Benefícios da gestão de riscos estratégica
Ainda de acordo com o estudo da PwC, a gestão de riscos corporativos com o olhar estratégico gera 5 vezes mais confiança na capacidade de alcançar os resultados e quase 2 vezes mais probabilidade de obter crescimento de receitas.
Confira mais impactos positivos:
- Retornos dos investimentos: ao compreender os riscos antes da tomada de decisão, a empresa reduz incertezas e potencializa os resultados de suas apostas estratégicas.
- Governança corporativa: um modelo maduro de gestão de riscos reforça a segurança, integridade e governança.
- Confiança do consumidor: a transparência e o cuidado com a segurança e mitigação de riscos fortalecem a percepção pública da marca.
- Maior resiliência: as empresas preparadas para reagir rapidamente a eventos adversos podem se recuperar com mais facilidade.
- Cultura mais consciente: times mais capacitados tomam decisões com base em informações e critérios claros.
- Decisões mais rápidas e precisas: a gestão estratégica de riscos elimina incertezas e promove agilidade na execução, com base em dados confiáveis.
Como a GIF International pode ajudar sua empresa com gestão de riscos
Na GIF International, entendemos que cada empresa possui um ecossistema único de riscos, que exige soluções personalizadas, integradas e inteligentes. Por isso, atuamos com um portfólio completo de serviços voltado à prevenção, detecção e investigação de fraudes.
Entre os nossos principais serviços, destacam-se:
- Inspeções técnicas e operacionais para identificação de falhas e vulnerabilidades físicas e sistêmicas.
- Investigação de fraudes internas e externas, com inteligência estratégica e abordagem especializada.
- Análises de riscos reputacionais, financeiros e operacionais que ajudam empresas a se anteciparem a ameaças.
Quer transformar a maneira como sua empresa encara os riscos? Fale com os especialistas da GIF International agora mesmo.