Nos últimos anos, a gestão de riscos e compliance tem ganhado destaque significativo no cenário corporativo brasileiro. Com a crescente complexidade dos negócios, o aumento de fraudes e as novas regulamentações, as empresas têm buscado aprimorar suas práticas para garantir a conformidade e mitigar riscos.
Diante deste cenário, a maturidade dos programas de compliance no Brasil tem evoluído consideravelmente, refletindo um compromisso maior das organizações com a ética e a transparência. Essas informações são comprovadas pela 6ª Pesquisa de Maturidade de Compliance no Brasil, da KPMG.
Neste contexto, é essencial entender como a gestão de riscos e compliance estão estruturadas, as melhores práticas que têm contribuído para o aumento da maturidade no Brasil, e quais são os principais desafios e tendências.
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Maturidade do compliance
De acordo com o levantamento, o nível de maturidade do compliance nas empresas brasileiras atingiu, em média, 3,09 em 2024, mostrando um crescimento em relação a 2021, quando era 3,07, e garantindo o índice mais elevado desde a primeira edição do estudo, em 2015. Vale lembrar que a escala varia de 1 a 5.
Ao analisar por segmentos de mercado, o setor de serviços financeiros possui o nível mais avançado, com 3,5, enquanto consumo e varejo tem o menor índice, com 2,9.
Já sobre os elementos que compõem o compliance, os índices mais altos de maturidade são de:
- Investigações e linha ética (3,3);
- Políticas e procedimentos (3,2);
- Reporte (3,1);
- Governança e cultura (3,1);
- Comunicação e treinamento (3,0).
Do ponto de vista das empresas, quase metade das organizações (48%) consideram seus programas atuais com os dois maiores índices de maturidade (avançado e integrado). Enquanto isso, 42% veem seu nível como sustentável e maduro. Somente 10% classificam como fraco os seus programas.
Implementação do compliance nas empresas
De olho nos departamentos das companhias, a função de compliance é executada em 65% das empresas pela área de compliance. Em outras 32%, a atribuição fica dentro de áreas como jurídico, auditoria interna, governança corporativa, financeiro, controles internos etc. No entanto, ainda impressiona que 3% das organizações não tenham essa função.
Apesar do baixo número de empresas sem a atividade, o levantamento mostra que a área de compliance ou o equivalente é recente:
- 11% existem há um ano;
- 25%, entre 1 e 3 anos;
- 22%, entre 3 e 5 anos.
Também é possível notar uma evolução na cultura de compliance. Em 83% das organizações, essa cultura é apoiada e reforçada por executivos e conselheiros, o que representa um aumento de 20% em relação a 2015.
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Cenário de fraudes e orçamento de compliance
Para fortalecer a gestão de riscos e compliance, 33% das empresas direcionam um orçamento anual de até R$ 500 mil.
Em contrapartida dos investimentos, é importante fazer um alerta. Para 20% dos entrevistados, as fraudes geram impactos em pelo menos 7% do lucro líquido. E, para 41%, a perda foi entre 1% e 3%.
Além disso, 40% acreditam que o volume de fraudes vai aumentar.
Porém, não são só as fraudes que o departamento precisa monitorar. Os 4 principais aspectos analisados incluem: ataques cibernéticos (citado por 87% dos pesquisados), não conformidades regulatórias (85%), fraudes de forma contínua (80%) e riscos sociais, ambientais e de governança (68%).
Práticas da gestão de riscos e compliance
Entre os procedimentos e práticas mais frequentes adotadas pelas empresas, estão: política de compliance, código de conduta, canal de denúncias e investigações de infrações:
- 91% possuem políticas de compliance e controles implementados;
- 97% têm código de ética e conduta, fazendo referência a aspectos regulatórios como Lei Anticorrupção, Prevenção à Lavagem de Dinheiro, conflito de interesses, entre outros;
- 84% aplicaram treinamentos sobre compliance;
- 92% possuem canal de denúncias disponível;
- 84% têm protocolo de investigação e metodologia para apuração das denúncias;
- 82% investigam as infrações e desvios de conduta, aplicando medidas disciplinares quando necessário.
Principais desafios da gestão de riscos e compliance
Um ponto importante da pesquisa mostra os desafios de compliance frente às novas exigências regulatórias do mercado, ao crescente volume de denúncias e às demandas da área. As questões mais levantadas foram:
- Identificar, avaliar e monitorar os aspectos de compliance e regulatório: 75%;
- Capacitar os públicos interno e externo: 70%;
- Integrar as áreas de compliance com os demais setores do negócio: 69%;
- Elaborar, aprovar e divulgar políticas e procedimentos: 69%;
- Desenvolver a matriz de vulnerabilidades dos riscos e indicadores-chave: 68%;
- Executar investigações e diligências: 64%.
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Quais os maiores riscos para os negócios?
Sobre os principais riscos de compliance para as empresas, houve uma mudança nos últimos anos entre essas ameaças e prioridades. Na edição de 2024 da pesquisa, as questões ambientais, sociais e de governança (ESG) se tornaram a mais importante na visão de 81% dos participantes.
No levantamento anterior, em 2021, 92% classificaram a gestão de terceiros e contratos como o risco mais relevante. Este índice caiu para 76% em 2024, ficando na terceira posição entre as prioridades.
Riscos trabalhistas, previdenciários, tributários e de segurança do trabalho se estabeleceram no segundo lugar de preocupação, com 78%, junto com os problemas de não conformidade em relação a políticas e procedimentos.
Para reforçar o ponto sobre a gestão de terceiros, apenas 55% das empresas veem como eficientes os seus processos de background check e due diligence de terceiros.
Benefícios de investir em uma gestão de riscos e compliance
Investir em uma gestão de riscos e compliance integrada traz inúmeros benefícios para as empresas, como:
Redução de riscos
Uma gestão eficaz de riscos permite identificar, avaliar e mitigar potenciais ameaças antes que elas se concretizem. Isso ajuda a proteger a empresa contra perdas financeiras, danos à reputação e interrupções operacionais.
Conformidade
Manter-se em conformidade com as leis e regulamentações é crucial para evitar multas, sanções e outras penalidades. Um programa robusto de compliance garante que a empresa esteja sempre alinhada com as exigências legais, reduzindo o risco de infrações.
Reputação positiva
As empresas que demonstram um forte compromisso com a ética e a conformidade tendem a ser uma melhor reputação no mercado. Assim, é possível atrair clientes, investidores e parceiros de negócios, fortalecendo a posição competitiva da empresa.
Eficiência operacional
A gestão de riscos e compliance pode levar à implementação de processos mais eficientes e padronizados, melhorando a produtividade, reduzindo desperdícios e custos operacionais.
Tomada de decisão informada
Com uma visão clara dos riscos e das obrigações de compliance, os gestores podem tomar decisões mais informadas e estratégicas. Isso contribui para um planejamento mais assertivo e para a sustentabilidade a longo prazo da empresa.
Cultura organizacional positiva
Investir em compliance e gestão de riscos promove uma cultura de transparência, responsabilidade e ética dentro da organização, elevando o engajamento e a satisfação dos colaboradores.
Combate a fraudes e desvios de conduta
Os programas de compliance bem estruturados ajudam a prevenir, detectar e investigar desvios de conduta, práticas fraudulentas e corruptas, protegendo a empresa de escândalos e prejuízos financeiros.
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- Prevenção de fraudes;
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