Um novo relatório da Interpol retrata o aumento e a diversificação dos tipos de fraude financeira no mundo, principalmente, com o uso de tecnologias e Inteligência Artificial. Assim, é possível ter métodos mais sofisticados e complexos e com custos menores.
Vale destacar que a fraude financeira não tem a ver apenas com o segmento bancário e financeiro. Na verdade, é uma ação deliberada de enganar pessoas e empresas, com o objetivo de ganho financeiro.
Dessa forma, os diversos tipos de fraude financeira provocam grandes prejuízos econômicos para indivíduos e organizações. Somente em 2023, o Centro Financeiro e Anticorrupção da INTERPOL (IFCACC) apoiou mais de 700 casos de fraude financeira iniciados por países-membros, que envolveram aproximadamente US$ 1,2 bilhão.
Mas, além disso, geram perdas para a sociedade, enfraquecem sistemas financeiros, mancham a reputação de marcas e afetam as relações de confiança do mercado.
6 principais tipos de fraude financeira em alta
De olho neste cenário, a Avaliação Global de Fraude Financeira, desenvolvida pela Interpol (International Criminal Police Organization), analisou os dados da própria organização sobre delitos e infrações referentes a fraudes financeiras.
As principais descobertas incluem as tendências atuais de fraude financeira, a natureza global das fraudes, o uso de tecnologias e a necessidade de fortalecer as medidas de segurança.
Ao analisar em nível global, a Interpol listou os tipos de fraude financeira mais frequentes atualmente: fraude de pagamento antecipado, fraude de investimento, fraude de personificação, fraude romântica, comprometimento de e-mail comercial e fraude de identidade.
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1. Fraude de pagamento antecipado
Envolve uma transação financeira para produtos ou serviços fraudulentos ou inexistentes. Os responsáveis usam sites, plataformas de mídia social ou outros meios para promover a venda de produtos e serviços com preços abaixo do mercado e solicitam o pagamento antecipado. No entanto, os consumidores não recebem o produto ou chega uma mercadoria com qualidade abaixo em relação ao anúncio.
2. Fraude de investimento
Os fraudadores enganam pessoas e investidores em potencial, se fazendo parecer entidades legítimas e estimulando que eles invistam seu dinheiro em empreendimentos falsos ou ações inexistentes, o que vai resultar em perdas substanciais. Neste caso, as vítimas sofrem maiores prejuízos em comparação com outros tipos de fraude financeira.
Para atingir este objetivo, são utilizadas diversas táticas, como a promessa de altos retornos e a criação de um senso de urgência. Para piorar a situação, o advento das criptomoedas criou novas oportunidades de fraude, já que é possível persuadir os consumidores a investirem em moedas digitais ou em plataformas de cripto.
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3. Fraude de personificação
Neste caso, o infrator se passa por um indivíduo ou instituição de conhecimento da vítima, seja de forma pessoal, comercial ou pública, como por exemplo, uma autoridade fiscal ou um prestador de serviços conhecido. Esse tipo de fraude depende de provocar medo ou preocupação na vítima.
4. Fraude romântica
Refere-se a fraudadores que desenvolvem um relacionamento de confiança e/ou intimidade com as vítimas, seja por meio de redes sociais, aplicativos de namoro ou outras plataformas de mensagens. Essas pessoas acabam sendo manipuladas pelo infrator, que comete danos financeiros à vítima.
5. Comprometimento de e-mail comercial (BEC)
Os fraudadores usam técnicas de engenharia social para atingir empresas e tentar enganar funcionários para transferir dinheiro ou passar dados sensíveis. Eles enviam mensagens para os colaboradores da organização-alvo, se passando por executivos, colegas de trabalho, fornecedores, entre outros.
Em algumas situações, os golpistas podem até hackear e sequestrar a conta de e-mail de um remetente real, tornando as mensagens ainda mais verdadeiras.
É importante lembrar que esse tipo de ataque tem um custo bem alto para os negócios. De acordo com o relatório Crime Complaint Center, do FBI, as empresas nos Estados Unidos tiveram um prejuízo de US$ 2,7 bilhões em 2022 por conta do comprometimento de e-mail.
6. Fraude de identidade
Consiste no uso não autorizado de informações pessoais, como nome de usuário, senha, dados documentais, dados biométricos e credenciais de cartão de crédito, com o objetivo de abrir contas bancárias, solicitar empréstimos, realizar compras etc.
Para obter tais informações, os fraudadores podem usar as táticas de engenharia social, invasão de conta e até mesmo o roubo físico de documentos e cartões.
Além do roubo de dinheiro, os infratores ainda vendem essas informações comprometidas na dark web, o que pode revitimizar as pessoas. Para ter a noção exata desse risco, em 2023, mais de 140 mil cartões foram roubados no Brasil e vendidos na dark web, segundo pesquisa da NordVPN.
Como a fraude ganha escala global
Os diversos tipos de fraude financeira usam cada vez mais tecnologias da informação e comunicação, envolvem grupos e operações espalhados por diferentes países e contam com movimentações bancárias para vários destinos pelo mundo, a fim de apagar os rastros e evitar que o esquema seja descoberto.
Desse modo, o processo de fraude ultrapassa as fronteiras nacionais e frequentemente os limites continentais, se transformando em uma escala global. Inclusive, de acordo com relatórios dos países-membros da Interpol, a fraude financeira tem um componente transacional na maioria dos casos.
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Ainda observando o contexto mundial, os métodos mais recorrentes de fraude financeira reportados para a Interpol são: comprometimento de e-mail comercial e fraude de investimento.
Aplicação dos avanços tecnológicos nas fraudes financeiras
Como mencionamos brevemente no início do artigo, os infratores estão usando tecnologias emergentes, particularmente Inteligência Artificial, para enganar suas vítimas e ocultar suas identidades.
Assim, a utilização de conteúdo sintético gerado por meio de IA, também conhecido como deepfakes, é uma tendência emergente para cometer fraudes e uma preocupação crescente para os países-membros da Interpol.
O alerta em relação a esta questão só aumenta à medida que a tecnologia se torna mais amigável e acessível. Até porque a barreira de entrada para fraudadores novos e menos proficientes tecnologicamente continua a diminuir.
Neste cenário, o fácil acesso a tecnologias, ferramentas e redes fechadas também se proporciona:
- Compartilhamento de habilidades técnicas entre fraudadores;
- Distribuição de softwares criminosos;
- Divulgação e/ou venda de dados pessoais roubados.
Tudo isso facilita as fraudes online e permite a realização de esquemas mais sofisticados, sem a necessidade de conhecimentos avançados.
Em combinação com esses elementos, o acelerado crescimento de atividades digitais e usuários online contribui para um terreno fértil para a rápida expansão de fraudes financeiras.
Diante disso, fica clara a necessidade urgente de desenvolver estratégias de combate a fraudes mais eficazes.
“Estamos enfrentando uma epidemia de fraudes financeiras. É importante que não haja nenhum local seguro para os fraudadores operarem. Devemos fechar as lacunas existentes e garantir o compartilhamento de informações entre empresas e setores. Também precisamos incentivar uma maior denúncia de crimes financeiros, bem como investir em capacitação e treinamento para que as autoridades policiais desenvolvam uma resposta mais eficaz”, comentou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, no site da instituição.
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