As torres de telefonia são a espinha dorsal da conectividade no Brasil. Responsáveis por garantir a comunicação de milhões de pessoas e empresas, essas estruturas sustentam não apenas a telefonia móvel, mas também o acesso à internet e a transmissão de dados que movem a economia digital.
Nos últimos anos, porém, um crime aparentemente banal vem se tornando uma das maiores dores de cabeça para gestores de fraudes, riscos e operações no setor de telecomunicações: o roubo de baterias.
Esses equipamentos, que garantem o funcionamento das torres mesmo em casos de queda de energia, são alvo de quadrilhas organizadas e de criminosos oportunistas, interessados em revendê-los no mercado paralelo ou em extrair insumos de alto valor.
Diante desse cenário, cresce a necessidade de compreender as causas, consequências e as estratégias mais eficazes de combate a este problema impactante.
Leia também: Roubo de cabos de telecom: como enfrentar esse problema

Aumenta a preocupação com roubo de baterias
O roubo de baterias em torres de telefonia não é um problema novo, mas nos últimos anos ganhou proporções alarmantes. Recentemente, o mercado tem notado um aumento considerável nos casos.
Em 10 de setembro deste ano, uma dupla foi presa em Valinhos, no interior de São Paulo, ao serem inspecionados por uma equipe da Polícia Rodoviária, que descobriu 16 baterias de lítio no porta-malas e ferramentas especializadas para sua remoção.
Meses atrás, em agosto, a Polícia Civil do Paraná prendeu um homem por uma série de furtos em estações de rádio base (ERBs) de telefonia celular na capital e em cidades da Região Metropolitana. Os agentes identificaram que o suspeito, em algumas situações, até simulava ser um técnico de manutenção para entrar nas instalações.
Outro incidente recente, em maio de 2025, teve a prisão de três suspeitos por receptação de baterias de antenas de telefonia em Arapiraca, em Alagoas. A polícia recuperou ainda 84 células de bateria de lítio, avaliadas em R$ 80 mil.
Para completar esse recorte, a Polícia Civil de Minas Gerais conseguiu reaver, em janeiro deste ano, 10 baterias de lítio com valor de R$ 50 mil. Os equipamentos foram furtados, em dezembro, de uma estação de transmissão de torres de telefonia em Belo Horizonte. Inclusive, o crime provocou um apagão digital na cidade, deixando mais de 100 mil pessoas sem sinal de internet, o que afetou até serviços públicos.
Riscos futuros nas torres de telefonia
Ao observar o mercado atual, a tendência é de continuidade no crescimento dos crimes por conta da:
- Expansão da rede de telecomunicações: com o aumento das antenas para suportar o 5G, crescem também os pontos vulneráveis;
- Mercado paralelo aquecido: a facilidade de escoar as baterias roubadas incentiva novos criminosos a entrar nesse tipo de crime;
- Baixo risco percebido: o roubo de baterias é visto pelos criminosos como de menor risco penal, mas de alto retorno financeiro.
Leitura recomendada: Modernização da infraestrutura de rede: como manter a segurança
Impactos do roubo de baterias para as operadoras e para a sociedade
Apesar de muitas vezes passar despercebido pela opinião pública, o impacto do roubo de baterias em torres de telefonia é substancial com:
1. Interrupção de serviços essenciais
Sem as baterias, as torres ficam vulneráveis a quedas de energia. Em muitas regiões, principalmente áreas remotas, isso significa bloqueio total de comunicação móvel. Além das ligações e da internet, há risco de indisponibilidade em serviços críticos como:
- Chamadas de emergência (190, 192, 193);
- Monitoramento de sistemas de segurança;
- Comunicação entre hospitais, empresas e órgãos públicos.
2. Prejuízo financeiro direto e indireto
O custo da substituição das baterias pode chegar a milhares de reais por torre, além de gastos adicionais com deslocamento de equipes técnicas, pronta resposta, reforço de segurança e reparos em infraestrutura danificada durante o roubo.
Sem contar que a interrupção do serviço gera perdas de receita para as operadoras e aumenta o risco de ações judiciais por falha na prestação do serviço.
3. Danos à reputação
As falhas de conectividade impactam diretamente a experiência do cliente. Em um mercado altamente competitivo, episódios recorrentes de indisponibilidade podem gerar insatisfação, reclamações em órgãos reguladores e migração de clientes para concorrentes, o que afeta a reputação da empresa.
4. Risco à segurança pública
A falta de sinal de telefonia em áreas críticas pode comprometer operações policiais, atendimentos médicos de urgência e até a prevenção de crimes. Isso faz com que o roubo de baterias deixe de ser apenas um problema corporativo e se torne também uma questão de segurança social.
Leia também: Como investigar e prevenir fraudes empresariais contribui com a sociedade
Estratégias de combate aos roubos de baterias em torres de telefonia
Diante do aumento dos casos de crimes contra torres de telefonia, as operadoras precisam adotar um conjunto de medidas integradas, que envolvem tecnologia, inteligência, processos internos e colaboração externa para fortalecer a proteção.
Veja as principais ações:
1. Reforço físico e tecnológico das torres
- Cercamento e blindagem: instalação de grades reforçadas, muros e fechaduras antifurto;
- Sensores e alarmes: monitoramento em tempo real para detectar abertura de portas, movimentação e retirada de baterias;
- Câmeras de vigilância e integração com centrais de monitoramento: uso de vídeo inteligente com análise de movimento para identificar invasões.
2. Rastreabilidade e marcação das baterias
Implementar chips de rastreamento e marcação química invisível permite identificar a origem do item, desestimulando o comércio ilegal. A integração com sistemas de recuperação de ativos possibilita rastrear o destino das baterias roubadas e auxiliar as forças policiais nas investigações.

3. Inteligência e análise de risco
- Mapeamento das torres mais vulneráveis a partir de histórico de ocorrências, proximidade com áreas de risco e rotas de fuga usadas pelas quadrilhas;
- Utilização de dados de GeoInt (inteligência geográfica) para identificar padrões e antecipar novos alvos.
4. Colaboração com autoridades e órgãos reguladores
- Engajamento de parcerias com órgãos públicos e autoridades policiais, compartilhando informações sobre ataques recorrentes;
- Atuação junto à Anatel e demais órgãos do setor para reforçar a legislação e aplicar penalidades mais severas para receptadores.
5. Engajamento do setor privado
- Cooperação com fabricantes, recicladores e empresas de logística reversa, criando mecanismos que dificultem a revenda de baterias furtadas;
- Promoção de práticas de compliance na cadeia de fornecedores, reduzindo brechas que facilitam o escoamento do material roubado.
6. Cultura interna de prevenção
- Treinamento de equipes de campo para reconhecer sinais de risco, documentar ocorrências e reportar rapidamente;
- Estabelecimento de protocolos de resposta a incidentes que agilizem a reposição e reduzam o tempo de inatividade das torres.
7. Investigação de desvios e identificação de quadrilhas
O serviço de consultoria especializada de investigação a fraudes, com profissionais especializados, é capaz de realizar análises aprofundadas para identificar padrões de atuação das quadrilhas, os envolvidos e responsabilizá-los.
Neste processo, são mapeadas conexões entre indivíduos, locais de receptação e rotas de comercialização das baterias roubadas. Assim, é possível descobrir todo o modus operandi para mitigar vulnerabilidades e evitar reincidências.
8. Recuperação de ativos
A aplicação de rastreabilidade tecnológica e investigação estratégica viabiliza a recuperação das baterias furtadas. Além do valor direto, essa prática reduz perdas secundárias, como multas regulatórias e custos de reposição emergencial. Sem contar que essa prática ajuda a diminuir a sensação de crime fácil e impunidade.
Leia também: Como funciona o Centro de Operações Integradas
Conte com o apoio especializado da GIF International
O roubo de baterias em torres de telefonia deixou de ser um crime isolado para se tornar uma ameaça sistêmica ao setor de telecomunicações. Além do impacto financeiro e da interrupção dos serviços, a prática afeta diretamente a imagem e a confiabilidade das operadoras diante de clientes e órgãos reguladores.
Nesse cenário, torna-se essencial adotar uma postura proativa e estratégica, que combine prevenção, detecção e investigação de fraudes. As empresas que enfrentam o problema de forma estruturada conseguem não apenas reduzir prejuízos, mas também fortalecer sua segurança diante de riscos crescentes.
É justamente nesse ponto que a GIF International se destaca. Com mais de 30 anos de experiência em combate a fraudes, oferecemos soluções sob medida para o setor de telecomunicações, com inspeção técnica e pronta resposta, centro de operações integradas, investigação de fraudes, due diligence de fornecedores, background check e muito mais.
Ao lado de nossos clientes, ajudamos a fortalecer a proteção do negócio e a continuidade das operações. Quer saber mais? Fale com nossos especialistas!