As perdas de produtos em varejistas crescem a cada dia, principalmente, por conta do desvio de mercadorias, seja na parte de itens expostos nas lojas pelos consumidores ou ainda no armazenamento e estoque. 

Para se ter uma ideia, os furtos internos e externos, realizados por clientes, funcionários, fornecedores ou promotores, atingiram 31,7%, em média, das perdas do varejo em 2023, representando o maior nível desde 2019. Os dados são Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe). 

Ao considerar que o varejo brasileiro movimentou R$ 2,23 trilhões em 2023, o prejuízo com esses furtos e desvio de mercadorias somou mais de R$ 11 bilhões. 

Vale lembrar que, além dos furtos e roubos de mercadorias, o varejo ainda tem outras perdas conhecidas como ‘quebras’, considerando erros de gestão de estoque, produtos danificados, vencidos e outros desperdícios.

Por isso, é fundamental tentar minimizar as perdas diversas para que elas afetem o mínimo possível o lucro do negócio. 

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Furto e desvio de mercadorias por funcionários e clientes 

Para reduzir a incidência do desvio de mercadorias, é importante descobrir como esses casos acontecem. Os furtos originados por pessoas externas (fornecedores, parceiros, clientes etc.) cresceram de 16,6% para 22%, entre 2022 e 2023, em relação ao total de perdas. Já os incidentes cometidos por funcionários aumentaram de 6,8% para 9,8%. 

Neste sentido, as ocorrências mais frequentes são: 

• Consumidores guardam mercadorias dentro de outras embalagens, bolsas ou mochilas para ocultar o furto; 
• Clientes deixam itens escondidos no carrinho na hora de passar em um caixa de pagamento; 
• Funcionários camuflam mercadorias em sacos de lixo e os descartam normalmente para fora da loja, indo buscar posteriormente; 
• Na hora da chegada de caminhões, os profissionais podem não acusar o recebimento de alguns itens e desviá-los; 
• Entre outros. 

Algumas dessas fraudes podem até estar conectadas com grupos externos, que realizam o aliciamento de funcionários para conseguir esses produtos. 

Inclusive, segundo o 16º Estudo Global do Consumidor, 84% dos varejistas na América Latina revelam que seu principal desafio é a prevenção de perdas de mercadorias. 

Neste artigo, entre as diversas modalidades citadas, vamos focar nas questões de desvio de mercadorias envolvendo armazenagem e estoque em varejistas. 

Como reduzir os riscos de desvio de mercadorias 

Diante deste cenário, as empresas de varejo e até de e-commerce que lidam com armazenamento de produtos para envio ao cliente final devem ter uma gestão de estoque eficiente e de excelência. Assim, é possível fazer o controle de tudo que entra e sai, mitigando riscos. 

Vale lembrar que esse gerenciamento vai muito além do armazenamento de produtos, mas considera também toda a logística desde a chegada de um item, sua manutenção no espaço, a organização, a separação adequada, a eficiência na entrega e a satisfação do cliente. 

Veja dicas para melhorar a gestão de estoque e evitar as perdas: 

1. Implementar uma política de prevenção de perdas 

Desenvolver uma política clara, contendo orientações sobre conferência de estoque, o que fazer com produtos danificados e as consequências para os casos de furtos, é o primeiro passo para evitar o desvio de mercadorias. Com todos os procedimentos elaborados e comunicados internamente para os funcionários, fica mais fácil criar uma cultura de responsabilidade e controle do estoque. 

2. Identificar produtos de maior risco de perda 

Dentro da própria política, é bom fazer uma análise completa de todas as mercadorias que a empresa manuseia. Assim, é possível verificar produtos com maior risco de furtos, como por exemplo, os de alto valor (celulares, notebooks e afins). Com isso, é importante monitorar esses itens com maior frequência. 

3. Identificar focos de perdas  

Além da identificação dos produtos de maior risco, é bom observar os focos de perdas para tomar medidas de controle frente a isso. Por exemplo: caso aumente o número de furtos de um aparelho de som, é hora de implementar novas ações de segurança antes que os desvios ganhem proporções maiores. 

4. Registrar as movimentações de entrada e saída 

Item mais básico de uma gestão de estoque, mas essencial de ser lembrado nesta lista, o registro de movimentações começa no recebimento de mercadorias no depósito da loja. Este processo deve conter informações precisas e corretas sobre a quantidade de itens, quem foi o responsável por receber, a validade (caso tenham) e onde serão armazenados. Isso ajuda a alimentar o controle de estoque e facilita a gestão de vendas. 

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5. Atualizar o inventário de estoque 

O inventário é a principal ferramenta para ter todos os dados sobre o estoque da sua loja centralizados e integrados em um único lugar. Ao mantê-lo atualizado, sua empresa consegue alinhar as informações, contar todas as mercadorias e conferir o estoque físico e virtual, evitando perdas. 

6. Usar indicadores para controle de estoque 

Já mencionamos alguns possíveis dados que a gestão de estoque pode considerar para manter o controle em dia, mas é fundamental definir tais indicadores nos procedimentos e políticas para que o acompanhamento seja constante. Essas métricas podem incluir: 

• Tipos de produtos; 
• Número de produtos; 
• Índice de quebras; 
• Índice de desvio de mercadorias; 
• Giro de estoque; 
• Demanda de clientes; 
• Tempo de reposição de produtos; 
• Tempo de entrega, entre outros.

7. Implementar sistemas de etiquetas eletrônicas 

As etiquetas eletrônicas identificam os produtos do estoque de forma automática, facilitando o controle do inventário e fornecendo dados em tempo real para monitorar localização, quantidade e status de cada item. Desse modo, as varejistas reduzem erros que podem gerar perdas de itens, bem como o desvio de mercadorias. 

8. Treinar a equipe sobre prevenção de fraudes 

Os funcionários que atuam com o estoque, no recebimento e no envio de produtos, assim como os da loja, precisam estar atentos e cientes das melhores práticas de segurança. Assim, é possível identificar ações suspeitas de fornecedores, de clientes e até mesmo de colegas, podendo fazer denúncias para o canal de ética da empresa. 

Os treinamentos também permitem que os profissionais estejam prontos para agir se houver uma tentativa de furto ou de desvio. 

9. Realizar auditorias periódicas de estoque  

Mesmo com todos os processos anteriores rodando perfeitamente, ainda podem ocorrer erros, perdas e faltas de mercadorias. Por isso, a realização de auditorias é essencial para verificar tais problemas, comparando o inventário e evitando discrepâncias. 

10. Ter fornecedores de confiança  

Além dos casos de desvio de mercadorias por parte de funcionários, também há o risco desse furto acontecer pelos próprios profissionais prestadores de serviço, como por exemplo, uma transportadora, que entrega menos produtos do que o encomendado, alegando algum problema, quando na verdade está ocorrendo uma fraude. 

Dessa forma, é fundamental ter fornecedores de confiança e que atendam aos mais altos padrões de transporte, armazenamento e operações, garantindo estoques em dia e clientes satisfeitos. 

Saiba mais: Como fortalecer a confiança empresarial no seu negócio 

Como a GIF International ajuda a evitar o desvio de mercadorias 

Referência em combate a fraudes na América Latina, a GIF International é uma consultoria estratégica com o objetivo de proteger os ativos de nossos clientes. Oferecemos um ecossistema de serviços integrados e personalizados de prevenção, detecção e investigação de fraudes que atendem às necessidades de cada empresa. 

Atuamos, por exemplo, com due diligence investigations para verificar seus parceiros e fornecedores, assegurando relações de negócios confiáveis e idôneas. 

Também temos soluções de investigação corporativa, a fim de apurar as ocorrências de fraudes, seja em invasão de instalações, roubo de equipamentos, produtos e maquinários, furtos e roubos de cargas durante entregas, atos de vandalismo, sabotagens, fraudes financeiras etc. 

Além disso, contamos com serviços de desvio de conduta para conduzir investigações sobre fraudes cometidas por profissionais e corrupção, assim como outros comportamentos indevidos, como assédio. 

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