O roubo de cabos de telecomunicações é um dos grandes desafios das operadoras hoje em dia. Este problema crescente afeta diretamente a qualidade dos serviços de telefonia móvel, internet e TV.
Este crime não só causa prejuízos financeiros significativos para as operadoras com a interrupção do fornecimento de conexão de internet, telefonia móvel e/ou televisão, mas também impacta milhões de usuários que dependem desses serviços para suas atividades diárias.
Em 2023, mais de 5,4 mil quilômetros de cabos de telecomunicações foram roubados e furtados em todo o Brasil, registrando um aumento de 15% em relação a 2022, quando foram 4,7 mil quilômetros de cabos levados. Esses dados foram divulgados pela Conexis Brasil Digital.
Para se ter uma ideia, a quantidade de cabos roubados poderia cobrir a distância entre as cidades de Fortaleza, no Brasil, e Lisboa, em Portugal.
Entre os Estados que mais sofreram com o roubo de cabos, foram:
- São Paulo: 1,450 mil de quilômetros, aumento de 40% em relação a 2022;
- Paraná: 955 quilômetros, uma redução de 6%;
- Bahia: 635 quilômetros, quase o triplo se comparado com 2022;
- Minas Gerais: 505 quilômetros, queda de 19,2%;
- Rio Grande do Sul: 368 quilômetros, uma alta de 20,4%.
Com as ações criminosas, mais de 7,6 milhões de pessoas foram impactadas. Essas estatísticas deixam clara a necessidade das empresas do setor de telecom atuarem tanto para prevenir essas ocorrências, como para investigarem os furtos e roubos.
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Como ocorre o problema do roubo de cabos de telecom?
O furto e roubo de cabos de telecomunicação se refere à retirada ilegal de fios e cabos de cobre e fibra óptica de postes, redes e instalações. Normalmente, os infratores acabam vendendo esses materiais no mercado clandestino com o objetivo de conseguir verba proveniente do cobre e de outros elementos, que possuem alto valor.
Para coibir essa prática, está em tramitação uma proposta que prevê o aumento da pena para as pessoas que cometem o furto de cabos de energia e telefonia.
A Câmara dos Deputados aprovou, em dezembro de 2024, o projeto com foco nos crimes de roubo e furto de fios, cabos ou equipamentos utilizados para fornecimento ou transmissão de energia elétrica ou de telefonia.
Atualmente, a pena é de reclusão de 1 a 4 anos e multa para furto comum. No entanto, o projeto torna o furto qualificado e determina de 2 a 8 anos de prisão mais multa. No caso de roubo, hoje a punição é de 4 a 10 anos e multa, mas o projeto acrescenta um agravante e aumenta a pena em um terço até a metade.
Já para receptação de equipamentos, a sanção sai de 1 a 4 anos para 3 a 8 anos.
Impactos do roubo de cabos de telecom
O furto e roubo de cabos de telecom traz diversos prejuízos para consumidores e para as operadoras, como:
Interrupção do serviço
Quando os cabos são roubados, a conexão de internet, telefonia e TV é interrompida, deixando os usuários sem acesso a esses serviços. O problema pode durar horas ou até dias, dependendo da gravidade do roubo e da rapidez com que as operadoras conseguem substituir os cabos.
Redução da velocidade e qualidade
Mesmo quando o serviço é restaurado, pode haver uma redução na velocidade e na qualidade da conexão. Isso ocorre porque as operadoras podem precisar usar rotas alternativas ou equipamentos temporários que não oferecem o mesmo desempenho que a infraestrutura original.
Aumento de reclamações e insatisfação dos clientes
A interrupção frequente dos serviços leva a um aumento nas reclamações dos clientes e na insatisfação geral. Tal fato pode resultar em uma perda de clientes para concorrentes que oferecem serviços mais estáveis.
Multas e penalidades
Com o problema na prestação de serviços, com queda de sinal, instabilidade e menor velocidade do que o contratado, as operadoras de telecom podem ser acionadas pelos órgãos reguladores. Assim, estão suscetíveis a multas da Anatel.
Prejuízos financeiros
Diante de todo o cenário acima em decorrência do roubo de cabos, as empresas de telecomunicações, obviamente, sofrem com perdas financeiras substanciais. Além disso, também há o prejuízo com a necessidade de substituição dos fios e cabos que foram desviados.
Problema de confiança e reputação
As paralisações e interrupções nos serviços de telefonia, internet e TV geram impactos para a imagem das marcas, com perda de confiança e reputação junto a consumidores e perante o mercado.
Principais medidas de combate ao roubo de cabos
Para enfrentar esse desafio, as operadoras devem adotar inúmeras ações estratégicas de segurança e combate a esse tipo de crime. Confira algumas medidas possíveis:
1. Mapeamento de áreas críticas
Ao conhecer as regiões com maior incidência de furtos e roubos de cabos, as empresas podem direcionar recursos para reforçar a segurança, como a instalação de câmeras de vigilância, patrulhamento mais frequente e uso de tecnologias de monitoramento.
Além disso, o mapeamento facilita a colaboração com autoridades locais e a comunidade, promovendo ações conjuntas para reduzir os crimes e garantir a continuidade dos serviços de telecomunicações.
2. Sistemas de monitoramento
É importante investir em tecnologias de monitoramento, como câmeras de segurança e sensores, para detectar atividades suspeitas em áreas críticas. Esses sistemas permitem uma resposta rápida a tentativas de roubo.
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3. Patrulhamento e vigilância
Aumentar a presença de equipes de segurança em locais vulneráveis com rondas periódicas é outra medida eficaz. O patrulhamento regular com inspeções técnicas e monitoramento contínuo pode dissuadir criminosos e garantir a integridade da infraestrutura.
4. Colaboração com órgãos de segurança
As operadoras devem estabelecer parcerias com a polícia e outras autoridades para intensificar a fiscalização e a repressão aos crimes. Essa colaboração inclui o compartilhamento de informações e a realização de operações conjuntas.
5. Legislação rigorosa
Como mencionamos, recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que aumenta as penas para os crimes de furto e roubo de cabos de telecomunicações. A legislação visa desmantelar o mercado ilegal que incentiva esses crimes.
6. Sistemas de alarme
Outra ação possível é a instalação de sistemas de alarme que disparam ao detectar tentativas de corte ou remoção dos cabos. Esses alarmes podem alertar imediatamente as autoridades e as equipes de segurança de pronta resposta da operadora de telecom.
7. Cabos blindados
O uso de cabos blindados e materiais mais resistentes dificulta o corte e o roubo, tornando a ação criminosa menos atrativa.
8. Campanhas de conscientização
Informar a população sobre os impactos do roubo de cabos e incentivar a denúncia de atividades suspeitas pode ajudar a prevenir esses crimes. Essas campanhas educativas também são importantes para conscientizar os possíveis infratores das punições sobre as atividades ilícitas.
9. Treinamento de funcionários
Capacitar os funcionários das operadoras para identificar e responder rapidamente a tentativas de roubo é essencial. O treinamento contínuo garante que as equipes estejam preparadas para lidar com essas situações.
10. Investigação de ocorrências
A investigação dos casos de roubo de cabos é crucial para combater esses crimes, pois permite identificar os responsáveis e desmantelar redes criminosas. Ao conduzir investigações detalhadas, é possível reunir evidências que levam à prisão dos envolvidos, além de recuperar os materiais roubados.
Esse processo não só ajuda a punir os culpados, mas também serve para dissuadir futuros crimes, reduzindo a reincidência. Outro aspecto relevante é que a investigação eficaz contribui para a melhoria das estratégias de segurança.
11. Consultoria especializada
Por fim, um serviço de consultoria especializada em combate a fraudes é fundamental para ajudar a evitar roubos de cabos, pois oferece uma abordagem estratégica e personalizada para enfrentar esse problema.
Os profissionais possuem o conhecimento e a experiência necessários para identificar vulnerabilidades específicas e desenvolver soluções eficazes, como a implementação de tecnologias de monitoramento, de estratégias de inspeção técnica e de protocolos de segurança robustos.
Com uma consultoria estratégica, as empresas podem proteger melhor seus ativos, reduzir perdas financeiras e garantir a continuidade dos serviços.
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