A escalada de fraudes corporativas e ataques digitais representa uma ameaça concreta à sustentabilidade financeira, reputacional e operacional das empresas, exigindo uma resposta integrada. Assim, os negócios que não possuem uma estratégia de segurança sólida e unificada estão cada vez mais vulneráveis.
Afinal, muitas falhas surgem da própria estrutura organizacional, em que áreas críticas como riscos, segurança, compliance, tecnologia da informação (TI) e operações atuam de forma isolada, sem compartilhar dados, insights e responsabilidades.
Essa fragmentação cria silos de informações e brechas que podem ser exploradas por fraudadores, tanto internos quanto externos.
Desafio das fraudes corporativas
A fraude corporativa é um fenômeno em crescimento no mundo todo. No Brasil, esse cenário é ainda mais desafiador. O país figura entre os principais alvos de crimes digitais, impulsionados por avanço dos meios de pagamento instantâneo, pela digitalização acelerada do varejo e pela fragilidade de controles internos em muitos setores.
Inclusive, vale destacar que as fraudes se manifestam em diferentes dimensões, como por exemplo:
- Financeiras: manipulação contábil, desvio de verbas, clonagem de cartões, entre outros;
- Cibernéticas: ataques de hackers, invasões de contas, roubo de identidade, invasões em sistemas, malwares etc.;
- Internas: fraudes cometidas por colaboradores, como desvio de conduta ou manipulação de processos;
- Operacionais: desvios de mercadorias, adulteração documental, falhas intencionais na logística e roubo de cargas.
Fica claro que, além dos prejuízos financeiros decorrentes de fraudes, a perda de confiança do mercado pode ser irreparável.
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Silos e falta de integração na estratégia de segurança
A falta de integração e comunicação entre as áreas que participam dos processos e da estratégia de segurança é muito prejudicial. Segundo pesquisa da AuditBoard, 86% dos profissionais de auditoria e risco afirmam que os silos de dados impactam diretamente a capacidade de gerenciar riscos de forma eficaz.
Se há desconexão entre as informações disponíveis e as equipes, surgem lacunas na gestão de riscos, aumentam os esforços para análise e mitigação de ameaças, o trabalho pode se tornar até duplicado e os custos finais das atividades crescem para a própria organização.
Para evitar isso, é fundamental ter uma abordagem holística e conectada entre os departamentos envolvidos, com o objetivo comum de combater fraudes, evoluir a capacidade de proteção e criar uma cultura de segurança.
Ao olhar separadamente os papéis e responsabilidades das áreas, temos:
1. Área de fraudes
É a responsável direta por antecipar, detectar e investigar atividades suspeitas que possam impactar a empresa. Seu foco está na prevenção e resposta rápida, atuando de forma transversal entre segurança, compliance, TI e operações.
As principais atribuições do setor antifraude incluem:
- Implementação de estratégias de prevenção, como verificação documental, autenticação biométrica, seja por validação facial ou voz, background check, análise de comportamento, entre outras ações;
- Investigação corporativa de incidentes, com coleta e análise de evidências e mapeamento de modus operandi de fraudadores internos e externos;
- Uso de inteligência antifraude e monitoramento de transações em tempo real;
- Apoio à tomada de decisão com relatórios técnicos e estratégicos.
Assim, seu objetivo é identificar brechas antes que elas se transformem em grandes prejuízos.
2. Gestão de riscos
A área de riscos amplia a visão da empresa sobre vulnerabilidades, não apenas ligadas à fraude, mas também a fatores regulatórios, financeiros e reputacionais. Seu papel é antecipar cenários e priorizar recursos.
Entre suas funções principais estão:
- Mapeamento e avaliação de riscos corporativos em diferentes áreas;
- Criação de matriz de riscos, classificando-os por impacto e probabilidade;
- Integração com compliance para alinhar riscos legais e regulatórios;
- Definição de planos de mitigação e contingência.
3. Segurança
Pode abranger segurança corporativa e cibernética, atuando na proteção de ativos, pessoas, processos e informações, conectando as camadas físicas e digitais de proteção.
Suas responsabilidades incluem:
- Segurança da informação: políticas de acesso, criptografia e proteção de dados;
- Segurança física: monitoramento de ambientes, controle de acessos e vigilância;
- Resposta a incidentes de segurança: protocolos de ação imediata em crises;
- Conscientização e cultura de segurança entre colaboradores.
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4. Compliance
O compliance desempenha um papel central na criação de um ambiente corporativo ético, transparente e resiliente. Precisa atender a requisitos regulatórios, mas atualmente vai além e atua como pilar estratégico da segurança corporativa.
Suas principais funções no combate às fraudes incluem:
- Definição de políticas e códigos de conduta: orientando comportamentos e estabelecendo limites claros para colaboradores e terceiros;
- Canais de denúncia e auditorias internas: ferramentas essenciais para identificar irregularidades ainda em estágios iniciais;
- Due diligence: avaliação criteriosa de fornecedores, parceiros e clientes, reduzindo riscos de exposição a práticas ilícitas;
- Conformidade regulatória: adequação a leis como a Lei Anticorrupção no Brasil, a LGPD e regulações internacionais;
- Gestão da reputação corporativa: demonstrando ao mercado e aos stakeholders o compromisso com a integridade.
5. TI
A tecnologia é hoje a primeira linha de defesa contra ameaças digitais e fraudes cibernéticas. A TI desempenha um papel decisivo não apenas na prevenção, mas também na detecção e resposta a incidentes.
Algumas das ferramentas e práticas indispensáveis incluem:
- Autenticação multifator (MFA): reduz drasticamente o risco de invasões por credenciais roubadas;
- Criptografia de dados: protege informações sensíveis contra acessos indevidos;
- Monitoramento em tempo real: análise de logs e transações para identificar padrões suspeitos;
- Inteligência Artificial e Machine Learning: algoritmos são capazes de detectar anomalias em milissegundos, aumentando a capacidade preditiva;
- Planos de resposta a incidentes: garantem reação rápida a ataques, minimizando danos;
- Conscientização do usuário: treinamentos para evitar que colaboradores caiam em golpes de phishing e engenharia social.
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6. Operações
Embora muitas vezes menos lembrada em debates sobre segurança, a área de operações tem papel crucial no enfrentamento das fraudes. É nas rotinas diárias de produção, logística e cadeia de suprimentos que surgem muitos dos riscos explorados por fraudadores.
Entre as práticas de destaque estão:
- Monitoramento de estoques e logística: identificação de anomalias em entradas e saídas de mercadorias durante o controle de estoque;
- Segregação de funções: evitar que um mesmo colaborador tenha controle sobre todas as etapas de um processo crítico;
- Auditorias operacionais periódicas: análise de fluxos e identificação de vulnerabilidades;
- Uso de indicadores de desempenho (KPIs): como índices de perdas não explicadas, rupturas logísticas e devoluções anormais.
A integração das áreas de segurança, fraudes, riscos, compliance, TI e operações garante uma abordagem holística e multinível, capaz de proteger a empresa contra ameaças complexas. Dessa forma, a estratégia de segurança abrange um ecossistema de defesa corporativa.

Como alinhar as áreas para uma estratégia de segurança eficaz
Sem comunicação entre os setores, qualquer medida isolada será insuficiente. Veja pontos-chave para a integração e conexão das áreas, a fim de desenvolver uma melhor estratégia de segurança:
- Criação de comitês internos de segurança com representantes de riscos, fraudes, segurança, compliance, TI e operações;
- Diagnóstico de riscos: avaliação de vulnerabilidades atuais na organização como um todo;
- Políticas claras e bem comunicadas: orquestração de atividades entre áreas, manuais e treinamentos;
- Compartilhamento de dados e indicadores em tempo real;
- Definição de métricas conjuntas: incidentes evitados, tempo de resposta a fraudes, perdas financeiras recuperadas, entre outros;
- Investimentos em tecnologia antifraude: monitoramento de transações, biometria e inteligência artificial;
- Cultura colaborativa: incentivo ao diálogo contínuo entre as áreas;
- Apoio do board e da alta liderança: C-Levels devem ser responsáveis por promover a visão unificada da segurança;
- Parcerias estratégicas: apoio de consultorias especializadas em combate a fraudes.
Saiba mais: Risco estratégico das fraudes: como envolver o board
Benefícios da estratégia de segurança integrada
A adoção de uma estratégia de segurança alinhada e unificada traz benefícios tangíveis:
- Redução de riscos financeiros e jurídicos: menos prejuízos diretos e menos processos regulatórios.
- Proteção da reputação corporativa: maior confiança de clientes, investidores e órgãos reguladores.
- Eficiência operacional: redução de perdas, retrabalhos e gargalos na cadeia de processos.
- Fortalecimento da cultura organizacional: colaboradores mais conscientes e alinhados com valores éticos.
- Vantagem competitiva: empresas seguras atraem mais clientes e se destacam em setores de alta concorrência.
Leitura recomendada: Segurança empresarial: futuro é integrado
Como a GIF International pode contribuir para uma segurança integrada
Na GIF International, atuamos há mais de 30 anos no combate a fraudes corporativas em toda a América Latina, apoiando empresas de diversos segmentos com mais de 15 soluções integradas, como:
- Investigação de fraudes;
- Desvio de conduta;
- Due diligence investigations;
- Brand Protection;
- Biometria de voz;
- Prevenção à Lavagem de Dinheiro;
- Risk Assessment;
- Forense digital;
- Threat Hunting;
- Law Enforcement Operations;
- Centro de Operações Integradas;
- Inspeção técnica e pronta resposta;
- Entre outros.
Se a sua organização deseja desenvolver uma estratégia de segurança robusta e integrada, fale com nossos especialistas e descubra como podemos apoiar sua empresa a enfrentar os desafios atuais e futuros.